Presos denunciam espancamento pela pol�cia
O representante de uma comissão de detentos do Presídio Baldomero Cavalcanti, Vidal Alves dos Santos, denunciou, ontem, durante a entrevista coletiva do secretário de Justiça e Cidadania, Tutmés Airan, que homens do Batalhão de Operações Policiais Espec
Por | Edição do dia 26/04/2002 - Matéria atualizada em 26/04/2002 às 00h00
O representante de uma comissão de detentos do Presídio Baldomero Cavalcanti, Vidal Alves dos Santos, denunciou, ontem, durante a entrevista coletiva do secretário de Justiça e Cidadania, Tutmés Airan, que homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar (Bope) espancaram presos e provocaram uma quebradeira geral nas celas, na noite da última quarta-feira, enquanto faziam a varredura nos módulos da casa de detenção, depois da fuga de 23 presos. Momentos após o representante dos detentos fazer a denúncia, os presos Silvio Teixeira da Silva e Mário Jorge dos Santos foram encaminhados pela direção do Baldomero ao Instituto Médico Legal Estácio de Lima para fazer exame de corpo de delito. Vidal Alves dos Santos não quis fazer muitas declarações sobre a ação dos policiais. Mas fez uma convocação para que os representantes do Conselho Estadual de Direitos Humanos, presentes na coletiva, e a imprensa fossem avaliar o estrago provocado nas celas. A direção do Baldomero Cavalcanti impediu de imediato o acesso da imprensa aos módulos, o que provocou indignação no presidente do Conselho de Direitos Humanos, Everaldo Patriota. Somente vamos entrar com a imprensa. A Sejuc prega transparência, mas se nega a mostrar a realidade - protestou. O assessor do secretário de Defesa Social, Antônio Arecippo, promotor Cyro Blater, que acompanhou a ação do Bope, negou a denúncia, acrescentando que é normal esse tipo de alegação por parte dos presos quando há varreduras em presídios. Denúncias de espancamento de reeducandos existem em todo País, mas posso garantir que os policiais não utilizaram nenhum tipo de violência, assegurou o promotor, ressaltando que estava há alguns metros dos módulos. Como membro do Ministério Público eu seria o primeiro a impedir qualquer tipo de abuso de autoridade por parte dos militares, frisou Cyro Blater, que no momento da varredura se encontrava em companhia do comandante da PM, coronel Ronaldo Santos. Eu acompanho o trabalho dos homens do batalhão de elite da polícia e nunca os vi agir de maneira violenta, concluiu.