Polícia
Guardas temem rebeli�o

Um preso, que se identificou como Baiano, é a principal testemunha da morte de Paulista. Ele presenciou quando o detento foi imobilizado e recebeu os golpes no peito, pescoço e abdome. Segundo o presidiário, Geovane e Laélcio atacaram e executaram a vítima sem a participação de mais ninguém, conforme eles mesmos confessaram à polícia. Foi Baiano quem chamou a atenção dos guardas do presídio, Fernando Cavalcante Costa e Edvânio Rocha de Araújo, que, ao chegarem à cela 3, já encontraram a vítima morta. Restou apenas solicitar a presença de peritos do Instituto de Criminalística (IC) e do rabecão do Instituto Médico Legal (IML) Estácio de Lima. Quando examinavam o cadáver de Paulista, os peritos encontraram a arma. O espeto estava na cintura. A arma foi recolhida pela equipe do IML e entregue ao delegado do 10º Distrito, Dalmo Pacheco. Na manhã de ontem, a direção do presídio Baldomero Cavalcanti se negou a atender a imprensa para falar a respeito do assassinato de Paulista. A informação era de que não havia ainda pormenores do assassinato. No entanto, guardas do presídio declararam que os diretores evitaram os repórteres porque o clima dentro do Baldomero é insuportável e eles temiam que a presença da imprensa desencadeasse uma rebelião de conseqüências mais graves. Os guardas contaram que a direção não queria a divulgação de que outros dois detentos haviam sido agredidos, também a golpes de espeto, na tarde da última terça-feira. O fato foi confirmado pelos policiais de plantão na Unidade de Emergência. Segundo registro no livro da Polícia Civil, os detentos Ivanildo Brás da Silva, 26, e Jonas Pereira, 24, chegaram ao hospital gravemente feridos e ficaram internados em observação. (EF)