loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sexta-feira, 28/02/2025 | Ano | Nº 5914
Maceió, AL
27° Tempo
Home > Polícia

Polícia

Justi�a autoriza exuma��o no caso Tony

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

| MARCOS RODRIGUES Repórter A Justiça autorizou a exumação do cadáver do comerciário Tony Herbert Roberto da Silva, assassinado a tiros em um terreno no bairro do Pontal, na última noite do Maceió Fest, em 21 de novembro de 2004, e cujos principais acusados são quatro policiais militares. A informação foi divulgada ontem pelo delegado do 2º Distrito, Carlos Alberto Reis, e a autorização, segundo ele, foi dada pelo juiz Daniel Accioly. Mesmo com a prisão dos suspeitos de envolvimento no assassinato de Tony, há dúvidas na configuração dos laudos sobre sua morte. A determinação da Justiça para realização de uma nova perícia foi concedida há pelo menos 15 dias, mas até ontem não tinha data para ocorrer. Esse fato foi visto com estranheza pelo delegado, autor do pedido de exumação. As dúvidas sobre os laudos da morte do comerciário começaram depois que a polícia teve acesso às fotos e ao relatório da perícia realizada pelos técnicos da polícia. Nos levantamentos feitos pelos peritos do Instituto de Criminalística (IC), Tony recebeu dois tiros. O fatal foi desferido contra a cabeça, de cima para baixo, sem chances de defesa. Um segundo disparo atingiu um dos dedos da mão direita. O laudo do IC é assinado pelos peritos José Cláudio e Jailson Aquino. Os dois estiveram no local onde o corpo de Tony foi encontrado. Entretanto, mesmo diante das claras evidências, o laudo cadavérico, produzido no Instituto de Medicina Legal, atesta que a vítima teria recebido apenas um tiro. O laudo é assinado pelos médicos legistas Luciano César e Cláudio Elízio. /// Delegado ameaça entrar com ação contra médicos legistas A depender do resultado da exumação, o titular do inquérito, delegado Carlos Alberto Reis, disse que fará uma representação contra os médicos legistas. O inquérito do caso já foi concluído, mas resta o confronto dos laudos. A principal suspeita é de que os dois médicos que assinaram o laudo sequer tenham participado da necropsia, mas apenas assinado o laudo. No Instituto Médico Legal (IML), o assunto é tratado com cuidado. A Gazeta de Alagoas tentou obter os números dos telefones dos legistas Luciano César e Cláudio Elízio, mas os funcionários não estavam autorizados a fornecê-los. Determinação O diretor-geral do Centro de Perícias Forenses (CPFor), Aílton Vilanova, também se disse surpreso com a demora para a realização da exumação. Ontem, ele revelou que repassou o ofício do juiz Daniel Accioly para o diretor do IML, médico Ageu Pessoa, para o encaminhamento do exame. “Não retivemos o pedido. Pelo contrário, ele foi imediatamente repassado para o diretor do IML, ainda na semana passada”, garantiu Aílton. O diretor disse ainda que nesta sexta-feira, caso não sejam indicados os médicos para a exumação, ele mesmo determinará quem serão os profissionais. Aílton Villanova negou a existência de pressões, ou engavetamento do processo pelo CPFor. Família O pai de Tony Herbert, Cícero Vieira, disse que apóia a realização do exame para esclarecer definitivamente as circunstâncias da morte de seu filho. “Estou disposto a ir até o fim. Essa morte covarde não pode ficar assim. Estarei acompanhando tudo, inclusive o exame”, confirmou Cícero, ainda bastante abalado com o assassinato do filho.|MR /// Quatro militares são envolvidos no crime O comerciário Tony Hebert Roberto da Silva foi morto a tiros, num terreno no bairro do Pontal, diante de policiais militares. Um deles, o cabo Jailton Firmino, é apontado como autor dos dois tiros que atingiram o jovem. No momento do assassinato, o cabo Firmino estava em companhia dos colegas de farda José Ronaldo dos Santos, Marcelo Carlson Lima de Oliveira e Abdi Ferreira Félix. Nenhum deles tentou impedir que Tony fosse morto, de joelhos, com dois tiros. Como justificativa para a omissão, eles alegaram o fator hierarquia para não se envolverem. Firmino estava no comando da operação. O tiro fatal foi dado na cabeça de Tony, enquanto um segundo quase decepou o dedo do comerciário, que a todo tempo implorou para não morrer. Falso Como justificativa para a ação criminosa, tentou-se apontar o comerciário como suspeito de arrombamento. Até hoje a acusação não foi provada. Tony foi preso na última noite do Maceió Fest, por guardas municipais e entregue aos PMs. |MR

Relacionadas