Polícia
Caso Macl�ia: novo exame d� negativo

MARCOS RODRIGUES Repórter Exame de DNA atesta que a ossada de uma mulher, encontrada na cidade de Campo Alegre, não é da estudante Macléia dos Santos Souza, 23, que sumiu em Atalaia no dia 2 de fevereiro. Depois de três dias trabalhando na montagem das amostras para o exame, o professor Luiz Antônio Ferreira, do Laboratório de Genética Humana da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), concluiu, ontem, não se tratar dos restos mortais da estudante. O exame foi feito a partir de amostras dentárias. Depois de preparadas, elas foram comparadas com placas de DNA da mãe, Inês dos Santos, e do filho de dois anos de Macléia. Novo exame A ossada enviada para o laboratório foi encontrada na semana passada. Em São Miguel dos Campos também foi encontrado um corpo de mulher, do qual também foram retiradas amostras de ossos e dentes. Segundo o professor Luiz Antônio, não resta alternativa a não ser, também, proceder a análises das novas amostras. ?Como a ossada de Campo Alegre foi encontrada primeiro, nos dedicamos, inicialmente, às suas amostras. Mas procederemos a novos exames no outro material coletado?, disse o professor. O encaminhamento do novo exame, porém, poderá demorar. É que, na próxima semana, Luiz Antônio estará envolvido na realização de um evento que discutirá avanços na pesquisa de DNA em Maceió. Como as análises que envolvem amostras ósseas são realizadas somente pelo chefe do laboratório, o procedimento deverá esperar. A Gazeta de Alagoas foi a primeira a saber o resultado do exame. A reportagem acompanhou os momentos finais, quando foram feitas as comparações entre os resultados do corpo encontrado e a genética da família de Macléia. Segunda tentativa Esta foi a segunda ossada analisada para tentar desvendar o mistério sobre o sumiço de Macléia. A primeira tentativa foi realizada a partir da coleta de amostras do corpo enterrado no jazigo de sua família como sendo o da jovem. Como restavam dúvidas, foram coletadas amostras de ossos. O resultado do exame surpreendeu, quando atestou que o corpo sepultado não seria da jovem que sumiu em 2 de fevereiro em Atalaia. Entretanto, existe a possibilidade de a amostra do osso coletada em Atalaia ter sido trocada no Instituto Médico Legal (IML), responsável pela retirada dos fragmentos de osso. Essa hipótese ganhou força depois que a própria família de Macléia atestou que o corpo enterrado era mesmo o da jovem desaparecida. Com o resultado negativo, as investigações sobre o caso passaram a contar com a descoberta de mais um corpo vítima de homicídio. ### Mototaxista e fazendeira indiciados Macléia dos Santos Souza, 23 anos, desapareceu da cidade de Atalaia na noite de 2 de fevereiro passado. Segundo testemunhas, na última vez em que foi vista, ela estava em companhia do mototaxista José Sérgio Azevedo. Ele foi indiciado no inquérito que apura o caso, juntamente com a fazendeira Amália Lopes, que surgiu nas investigações, segundo a polícia, como a pessoa que teria interesse na morte de Macléia. Os dois estão citados no inquérito como responsáveis pelo seqüestro, morte e ocultação do cadáver. O principal motivo seria o envolvimento da jovem com o marido de Amália, o juiz de Anadia, Willamo Lopes. A relação é de conhecimento público, porque Macléia teve um filho com o magistrado. Outro detalhe que, segundo a polícia, aponta para a participação de Amália é o temperamento. De acordo com a polícia, há uma queixa, prestada por uma médica, contra Amália por ameaças. O motivo seria o mesmo que a teria feito ameaçar Macléia: ciúmes. A falta de confirmação sobre o corpo enterrado em Atalaia está atrapalhando o trabalho da Justiça. O fato é que, sem a principal prova material, o inquérito não pode ser concluído. Essa situação, entretanto, beneficia os principais suspeitos, ao passo em que provoca mais sofrimento à família da jovem assassinada. O delegado que preside o inquérito, Tarcísio Vitorino, continua trabalhando no caso, mas ainda não tem nenhuma novidade. |MR