Polícia
Empres�rios recebem amea�as an�nimas

EDNELSON FEITOSA Repórter Quatro empresários alagoanos receberam telefonemas com ameaças de que teriam parentes seqüestrados na noite da última quarta-feira. A informação foi confirmada ontem pelo secretário de Defesa Social, delegado Robervaldo Davino, que orientou as vítimas para que antes de tomarem qualquer tipo de providência entrem em contato com a polícia. O empresário arapiraquense Marconi Cavalcante Alves chegou a prestar queixa na Central Integrada de Atendimento Policial ao Cidadão (CIAPC I), no Farol. Ele declarou à polícia que estava em sua empresa, no bairro do Canaã, quando uma pessoa ligou querendo falar com o proprietário e, de imediato, o vigilante transferiu para ele. Um homem se declarando membro da organização criminosa de Fernandinho Beira-Mar, um narcotraficante que se encontra preso em São Paulo, afirmou que tinha algo a relatar para o empresário. RECADO A vítima orientou a pessoa que ligasse para o outro telefone, fornecendo o número do fax. Logo em seguida, o mesmo homem voltou a telefonar, repetindo ser de uma quadrilha e dizendo que queria relatar um fato. Ao perceber do que se tratava, Marconi decidiu desligar o telefone, pois já havia tomado conhecimento de empresários que foram extorquidos pelo telefone por bandidos do sul do País. Numa terceira ligação, o marginal mandou um recado para o empresário. Declarou que um parente dele estava sendo seqüestrado por seu bando e que entraria em contato, posteriormente. Afirmando que entrou em desespero, Marconi começou a telefonar para os parentes mais próximos e, ao constatar que todos estavam bem, dirigiu-se à CIAPC I para prestar queixa e registrar um Boletim de Ocorrência (BO). OUTROS CASOS O secretário de Defesa Social, delegado Robervaldo Davino, confirmou que muitas quadrilhas, agindo de dentro de prisões do sul do País, têm realizado este tipo de golpe e que gerentes de banco, empresários e comerciantes de Alagoas já foram vítimas. Inclusive, foi o caso de uma senhora de Maceió que ajudou a polícia a descobrir que um dos líderes do golpe estava preso no Rio de Janeiro e se tratava do traficante Baleia do Borel. A vítima chegou a pagar R$ 10 mil ao bando para não ter parentes seqüestrados, porém errou o número da conta e o dinheiro voltou. Então, ela decidiu pedir ajuda à polícia. Segundo o secretário, logo após o telefonema a vítima procurou apoio do pessoal do Tático Integrado, o grupo de Operações Especiais da Polícia Civil, pelo telefone 241-1781, para falar com o delegado José Laurentino. Ninguém deve pagar nada, enquanto não falar com a polícia, orientou Davino. A polícia não conhece os métodos usados pelas quadrilhas, que podem ter cúmplices em todo o País. No entanto, admite que pode ser por consulta ao catálogo telefônico. No ano passado, a polícia encontrou centrais telefônicas que partiam de presídios no Rio e São Paulo e conseguiu desarticular parte do esquema, que surgiu nos últimos dois anos.