Polícia
TJ nega habeas-corpus a Gerson J�nior

MARCOS RODRIGUES Repórter O fazendeiro Gerson Lopes de Albuquerque Júnior, 27, vai continuar preso no presídio Baldomero Cavalcanti. Ontem, ele teve negado, pela segunda vez, o pedido de liberdade impetrado por sua defesa e julgado pelo pleno do Tribunal de Justiça (TJ). Gerson aguarda julgamento, na condição de autor material da morte a tiros do estudante de Direito Márcio Edsandro Silva Correia, 23, em maio do ano passado, no Stella Maris. O pedido de habeas-corpus para Gerson foi feito pelo advogado José Fragoso. O caso não fazia parte da pauta dos julgamentos do dia, porém, entrou em discussão por ter sido levado ao pleno pelo desembargador Orlando Manso, relator do processo. Fragoso se pronunciou sobre o caso durante quinze minutos, mas não conseguiu convencer, nem mudar os votos dos desembargadores. Todos os dez desembargadores por unanimidade seguiram o voto do relator que indeferiu o pedido de liberdade para Gerson. Preso Ele está preso numa das celas do Baldomero Cavalcanti desde que foi capturado pela polícia carioca, na cidade de Campos, em junho de 2004. A ação da polícia carioca foi orientada pelo delegado alagoano Antônio Carlos Lessa, designado para fornecer dados que levassem a sua localização. Transferido para Alagoas, ele chegou a ficar detido na Delegacia do 2º Distrito, na Jatiúca, área em que praticou o homicídio. A prisão de Gerson, solicitada pela polícia, foi decretada pelo juiz da 3ª Vara Especial Criminal, Geraldo Amorim. No presídio, onde aguarda julgamento, o fazendeiro está numa cela com capacidade para três pessoas, com cama de cimento, um ventilador e um aparelho de TV. Gerson foi indiciado pelo delegado Dalmo Lima por homicídio qualificado, previsto no artigo 121 do Código Penal Brasileiro. Caso venha a ser condenado, ele poderá cumprir de 12 a 30 anos de prisão. Assassinato O assassinato do estudante Márcio Edsandro chocou a opinião pública por causa da banalidade que cercou o crime. O estudante Márcio Edsandro namorava Marcella Lagrota, ex-mulher de Gerson Júnior. Do relacionamento de quatro anos o casal teve um filho. Com o fim do casamento Marcella tentava recomeçar sua vida ao lado do estudante de Direito, mas vivia sendo assediada pelo ex-marido. Na madrugada do crime, dia 16 de maio, ela contou à polícia que Gerson telefonou e demonstrava sinais de embriaguez. No momento da ligação ela ainda estava em companhia do namorado, que se irritou com a insistência de Gerson e atendeu o telefone. No contato com o fazendeiro, Gerson desafiou Márcio a encontrá-lo num posto de gasolina, no bairro do Stella Maris. Márcio Edsandro, que segundo Marcella também demonstrava sinais de embriaguez, aceitou o encontro, mesmo diante dos pedidos da namorada para que não fosse. Chegando ao local, Márcio foi reconhecido por Gerson, que atirou à queima-roupa. Conforme Marcella, o ex-marido costumava andar armado.