Polícia
Guerra de policiais: envolvido vai a j�ri

EDNELSON FEITOSA Repórter O policial civil Robson Rui Gomes de Araújo, o ?Robinho?, será julgado na próxima quarta-feira, dia 8, no processo do assassinato do também policial Valter Dias Santana, ocorrido no dia 2 de junho de 2003, em sessão presidida pelo juiz Daniel Accioly. Os outros dois acusados, o policial José Alfredo de Souza Pontes, o ?Alfredinho?, e o ex-militar Josué Teixeira da Silva, o ?Teixeira?, não serão julgados agora porque recorreram da decisão de pronúncia do magistrado. O soldado PM Marcos Ferreira Silveira e os ?chumbetas? Wolkmar dos Santos e Vanilo Lima, este último assassinado no início da semana, foram liberados por falta de provas. A presença da viúva da vítima, a bancária Tânia Lima, que foi embora de Alagoas e hoje recebe proteção da Polícia Federal, não foi confirmada pelos parentes, que alegam recomendação especial, em virtude de sua segurança. Desde que testemunhou contra os policiais ?Robinho? e ?Alfredinho?, acusando os dois de envolvimento direto na morte do marido, ela começou a receber ameaças de morte. Inclusive, seu irmão, o policial Valter Lima, lotado na Delegacia do 2º Distrito, chegou a sofrer emboscadas e, por pouco, não foi assassinado. Seu carro foi atacado por motopistoleiros na frente do condomínio onde morava no bairro do Farol. Um amigo de Valter Lima, Flávio Albuquerque, que dirigia o veículo, acabou executado a tiros. Testemunha Além de Tânia, o policial Valter Lima se tornou uma testemunha importante no processo da morte do cunhado, porque revelou pormenores de episódios que irritaram Robson Rui e seu grupo, principalmente no que dizia respeito a crimes de pistolagem. Apesar das ameaças e de ter recebido recomendação da cúpula da Polícia Civil, Valter Lima se recusou a fugir do Estado e insiste em ver os assassinos do cunhado serem punidos pelo crime. A família de Valter Dias de Santana está assustada com comentários de pessoas relacionadas como jurados da sessão da próxima quarta-feira. Elas garantem, sem revelar nomes, que parentes de Robson Rui estão tentando interferir no processo de julgamento. Primeiro, intimidando; depois, tentando corromper. Por se tratar de uma acusação grave, preferem não revelar nomes, mas pedem que o juiz Daniel Accioli fique alerta. O crime O policial civil Valter Dias Santana foi executado a tiros de pistola 9 milímetros e 380, além de espingarda calibre 12, num trecho da Via Expressa, na Serraria, dentro de seu veículo Palio, azul, placa HUJ 4687/CE. O crime foi praticado por homens que se encontravam num veículo Marea, quatro portas, com vidros escuros. A viúva do policial, Tânia Lima, bancária da Caixa, foi atingida por três tiros, um dos quais no rosto. Os projéteis atingiram o policial na cabeça, nas costas e no peito.