O que pode frustrar o pensamento da abolição do capacete na zona urbana de Arapiraca é o novo Código Nacional de Trânsito, que prevê como infração o não uso do objeto utilitário em qualquer parte dentro do território brasileiro. O capítulo III, que trata das normas gerais de circulação e conduta, explica nos Artigos 54 e 55 que os passageiros e condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores só podem circular nas vias utilizando capacete de segurança, com viseira ou óculos protetores. Em caso de descumprimento da lei, a pena é uma multa de até 50 Ufirs, mais perda de três pontos na carteira nacional de habilitação. “Vamos conversar com o secretário de Defesa Social para que nós possamos, pelo menos, fazer alguns testes e descobrir se serve ou não a lei municipal. A vida não é mais importante que uma lei”, decreta Tarcizo Freire. Motocicletas O Hospital Regional de Arapiraca registrou entre os dias primeiro de abril e primeiro de maio, 59 acidentes envolvendo pessoas que se utilizavam de motocicletas. Deste número, seis pessoas tiveram ferimentos graves e foram encaminhadas para a Unidade de Emergência em Maceió. Foram constatadas 2 mortes em 30 dias causadas por acidentes de motocicleta. A quantidade de acidentes surpreendeu a equipe de assistência social do hospital. “Quando a gente percebe a quantidade fica realmente muito surpresa”, conta uma assistente. Segundo informações de funcionários do hospital, os acontecimentos poderiam ser bem piores em certos casos, se não fosse o capacete. “A gente vê chegarem pessoas que poderiam estar mais machucadas se não usassem o capacete”, afirmou um funcionário que preferiu não se identificar. O vereador Tarcizo Freire não se impressionou com os números que indicam que acontece dois acidentes por dia. “Nunca ouvi falar de acidentes graves no centro da cidade. O perigo real acontece nas rodovias com os veículos maiores e em alta velocidade”, afirmou Tarcizo Freire, vereador em Arapiraca.