TONY MEDEIROS Sucursal Arapiraca – Segundo dados da Delegacia Regional de Arapiraca, desde janeiro do ano passado até março de 2002 foram registrados, na região agreste do Estado, 85 assaltos em que os bandidos utilizaram motocicletas e capacetes com o objetivo de dificultar o reconhecimento por parte da vítima. O que chamou a atenção dos policiais foi o fato de a maioria dos presos serem pessoas conhecidas na sociedade arapiraquense. Com os trabalhos realizados em abril, várias quadrilhas consideradas perigosas e que agiam utilizando a mesma tática foram desbaratadas e os integrantes foram presos em Arapiraca. Duas delas se destacam pela quantidade de crimes que foram acusadas. A quadrilha liderada por Leandro Queiroz foi a primeira a ser pega pela polícia. Ele, os irmãos Érica e Hélio Queiroz, mais os comparsas, Rosivaldo Barbosa (Val), comerciante; Luis Carlos Barbosa (Carlinhos), funcionário da Prefeitura Municipal de Arapiraca; Donizete Clementino, mototaxista clandestino, e o segurança bancário José Roberto (Júnior) são acusados de assaltar clientes de instituições bancárias, mercadinhos, veículos de transporte alternativo e empresas da região, além de tentativa de homicídio contra dois empresários de Arapiraca. Libertados Érica, Hélio Queiroz e Donizete Clementino foram libertados pela Justiça e a prisão preventiva dos outros integrantes foi decretada dia 11 de abril. Mais dois integrantes continuam foragidos e foram identificados apenas como Negão e Marcelo. A prisão preventiva dos dois também foi decretada. Ainda em abril, depois de preso, Geová Bezerra, considerado líder de outra gangue, acabou entregando os outros companheiros de assaltos: Fernando dos Santos Lima, Antônio Marcos da Silva, Artur Roberto de Oliveira, mais Grace Meire Calixto e uma menor. As duas são esposas de integrantes da quadrilha e, segundo eles, não estão ligadas com o mundo do crime. O grupo foi encontrado na cidade sertaneja de Olho D’Água das Flores. De acordo com os policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Arapiraca, a quadrilha assaltou os funcionários da Prefeitura de Jaramataia, na rodovia AL-220, próximo ao trevo de Major Isidoro. Eles também são acusados de roubar a fábrica Souza Cruz, revendedoras de gás de cozinha e uma loja na Rua do Sol, centro de Arapiraca. Geová Bezerra e Artur Roberto de Oliveira também já foram libertos pela Justiça. “A audácia observada na maioria dos crimes cometidos existe porque os capacetes funcionam como um capuz para os bandidos”, ressaltou um policial. Apesar de todas as prisões efetuadas no último mês, ainda corre a notícia de que outras gangues continuam agindo utilizando capacetes. Os policiais estão realizando diligências na região para desbaratar os bandos que estão foragidos. “A gente sente dificuldade, pois como os criminosos descobriram que podem usar o capacete para se esconder e ao mesmo tempo seguem a lei, o reconhecimento tornou-se mais difícil”, salientou o delegado Carlos Humberto, da Roubos e Furtos de Arapiraca.