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Empres�rio dep�e e incrimina delegado

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EDNELSON FEITOSA MAIKEL MARQUES Repórteres Arapiraca - O empresário José Cícero Marques da Silva, o Ciço da Pitu, confirmou à delegada Elisabeth Sampaio, ontem pela manhã, que comprou o veículo VW Golf do mecânico e corretor de automóveis Williams Pereira, o “Meia”, por intermédio do delegado Gilberto Luiz de França. Supostamente roubado e com placas frias que pertencem a um veículo semelhante registrado em Maceió, o Golf foi apreendido pela PM no último fim de semana em poder do empresário Fábio Canuto Silva, que é filho do empresário. O empresário José Cícero Marques compareceu à Delegacia de Roubos e Furtos de Arapiraca ontem pela manhã, acompanhado de seu advogado. Questionado pela reportagem da Gazeta, afirmou que “gostaria de só falar à delegada” [Elisabeth Sampaio], a mesma que o prendeu em flagrante dois meses atrás sob acusação de utilizar linha telefônica clandestina da empresa Telemar. O depoimento de Ciço da Pitu durou pouco mais de uma hora e chegou ao fim às 10h40. Questionado sobre a procedência do automóvel, Ciço explicou que o próprio Gilberto Luiz foi quem levou o automóvel ao seu estabelecimento comercial. “O Gilberto e o mecânico levaram o carro em minha loja”, afirmou o empresário, que deu entrada de R$ 8 mil e ficou devendo 27 parcelas de R$ 814 cada uma. “Só não paguei as parcelas porque não recebi o carnê”, justificou o empresário. Ele também afirmou ter recebido o carro com a documentação apreendida e com indícios de adulteração. Intermediário Localizado ontem à tarde, na porta da Delegacia de Roubos e Furtos de Arapiraca, Gilberto Luiz de França confirmou a intermediação no negócio. “O Ciço me perguntou se sabia quem tinha um Golf para vender. Lembrei do Meia, que é meu amigo, e o levei ao escritório dele. Os dois fizeram a negociação”, explicou o delegado, que se diz inocente da acusação de ter vendido carro clonado. “Se tem um culpado, essa pessoa é o corretor que vendeu o carro em Maceió”, aponta o delegado. A reportagem da Gazeta localizou o corretor, que se identificou como Cícero. Ele teria feito a ponte entre o corretor Williams Pereira (Meia), de Arapiraca, e o corretor Sandro, que atua em Maceió, e é apontado como o responsável pela procedência do veículo roubado. Sandro também seria irmão de policial militar. “Ele [Williams Pereira] queria um Golf. Indiquei o Sandro, que já tinha sido indicado por outro conhecido. Recebi R$ 150 pela indicação”, revelou Cícero, sob condição de que seu sobrenome não seria divulgado. Depoimentos Gilberto Luiz de França foi quem “agendou” o depoimento do amigo e corretor Williams Pereira, o Meia. A delegada Elisabeth Sampaio tomou o depoimento dele ontem à tarde. O delegado Gilberto Luiz de França demonstrou tranqüilidade acerca das acusações. “Sou inocente. Não tenho qualquer envolvimento na origem deste automóvel”, explicou. O delegado Gilberto Luiz de França prestará depoimento amanhã pela manhã, na sede do Departamento de Polícia do Interior (Depin), em Maceió. Para garantir lisura na investigação do caso, a delegada Elisabeth Sampaio solicitou a presença do diretor do Depin, Mário Jorge Marinho, do diretor geral da Polícia Civil, Roberto Lisboa, e do secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino. ### Gilberto França acusado de assassinato Os delegados Gilberto Luiz Ferreira de França e Ailton Soares Prazeres serão ouvidos nesta quinta-feira, no Departamento de Polícia do Interior (Depin), pelo delegado especial Josias Luís de Lima, designado pelo diretor-geral da Polícia Civil, Roberto Lisboa, para apurar a morte do motorista de transporte alternativo Cícero Neto Silva, executado a tiros de revólver durante operação policial no município de Santana do Ipanema. O depoimento deve ser acompanhado pela cúpula da Polícia Civil, inclusive pelo secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino. O homicídio ocorreu no último mês de maio e os dois delegados foram apontados como suspeitos de planejar uma ação policial para assassinar a vítima, porque o motorista estava usando um veículo roubado que havia adquirido do delegado Gilberto França. Pelo menos foi o que denunciaram testemunhas do caso, de acordo com as quais, no mínimo, houve excesso por parte da polícia. INTERrOgatório Segundo o delegado Josias, é preciso esclarecer se ocorreu uma operação policial legítima, que visava, tão-somente, a prisão de um receptador de veículo roubado. “Também é preciso saber se houve excesso, que se constitui em crime, visto que existe um termo de resistência, garantindo que Cícero reagiu e tentou fugir à ação da polícia; por isto foi morto a tiros. Na manhã de ontem, o delegado Josias interrogou o comerciante Gilvan Pereira da Silva, 29, que reside na Rua Delmiro Gouveia, no Mutange. É que o delegado havia descoberto que tinha sido ele quem vendeu o veículo ao motorista Cícero Neto Silva. “Solicitamos o apoio do delegado Cícero Lima, que efetuou a prisão de Gilvan para interrogatório”, destacou Josias. Interrogado no cartório da Delegacia de Roubos e Furtos de Maceió, o comerciante confessou ter vendido o veículo Gol, modelo 2003, placa KHD 3285/PE, que sabia se tratar de um carro roubado, para Cícero. Ele advertiu que o motorista também sabia que era um veículo roubado, principalmente por causa do preço, pois pagou R$ 6 mil pelo automóvel (R$ 2 mil, à vista, e o restante em prestações). Gilvan destacou, também, que em nenhum momento o delegado Gilberto ou seu colega Ailton participaram da negociação. “Eu nem conheço estes dois delegados, nem sabia que trabalhavam no Sertão do Estado. O rapaz me comprou o carro sabendo do problema e dizendo que pretendia fazer transporte alternativo de passageiro na região de Santana do Ipanema”, garantiu o comerciante, que ficou detido à disposição do delegado de Roubos e Furtos de Veículos, Reginaldo José de Assumpção. Ontem, o delegado Josias revelou que estará encaminhando ofício ao Depin solicitando a apresentação dos dois delegados para prestarem declarações no inquérito, o que deve ocorreu amanhã. Várias testemunhas já foram ouvidas, muitas das quais advertindo que Gilberto se excedeu ao atirar contra a vítima.

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