Polícia
Pais s�o acusados de matar beb� a socos

EDNELSON FEITOSA Repórter Um casal foi autuado em flagrante acusado de matar, por espancamento, um filho de dois meses de idade. Luis Alberto Vieira Feitosa, 23, e sua mulher Maria Suzete da Silva, 33, estariam bêbados e discutiam no momento da agressão, ocorrida na Rua Ipiranga, na Chã de Bebedouro. A principal testemunha da morte do bebê é uma menina de 9 anos, filha do casal. Foi ela quem informou, em detalhes, ao delegado Claudemiltkson Benemarcan, que investiga o caso, como o irmão foi assassinado pelos pais. Os vizinhos que foram ouvidos pela polícia confirmaram os porres, os desentendimentos e as surras que Maria Suzete e a filha Emanueli levavam de Luis Alberto, considerado um homem violento. O recém-nascido não tinha registro civil. O IML de Maceió confirmou ontem que o bebê foi vítima de violência e que tinha muitos hematomas pelo corpo. A causa da morte teria sido, segundo os médicos, uma hemorragia interna provocada pela agressão que sofreu. O laudo deve ser liberado dentro de, no máximo, duas semanas. O chefe do Setor de Operações da Delegacia do 4º Distrito, Gilvan Oliveira de Melo, confirmou ter sido informado do crime, por meio de vizinhos de Luis Alberto e Maria Suzete. Os vizinhos tentaram salvar o menino, pedindo para levá-lo para o hospital ou para o conselho [Conselho Tutelar]. Mas ela se negou, tentando esconder os hematomas no filho. Só concordou em falar hoje quando encontrou o filho morto, declarou o policial. No entanto, foi a irmã da criança quem revelou o sofrimento e agressões sofridas por ele nas mãos do casal. Segundo a menina, Luis Alberto e Maria Suzete tinham saído, no último domingo, para uma farra e, quando voltaram, já se encontravam bêbados e brigaram. O bebê começou a chorar e, por vingança, o pai teria sentado em cima dele, que estava na cama. Apesar de bêbada, a mãe teria arrancado o menino de debaixo do pai que lhe aplicou um soco, que teria atingido o menino. Maria Suzete teria sido agredida também a chutes e queimada no braço. O marido violento teria ido embora, de volta para a farra. Ele não retornou para casa. Foi até a residência da mãe, contando da briga e dizendo que queria se separar. Quando foi preso, ele parecia que ainda estava embriagado. Na manhã de segunda-feira, o menino começou a ficar roxo e passar mal. Vizinhos tentaram convencer a mãe de que ele precisava de socorro. Maria Suzete não deixou ninguém pegar a criança. Na manhã de ontem, quando ela acordou o bebê estava morto. Na delegacia, ela parecia não perceber a gravidade da situação e garantia desconhecer os motivos da morte do filho. Não sei. Não me lembro de nada, afirmou ela.