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Rodolfo se defende, mas continua preso

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| MARCOS RODRIGUES Repórter São Miguel dos Campos - O estudante de Direito, Rodolfo Amaral, 18, autor do disparo mortal que vitimou o colega Davi Hora Barros, 18, no dia 23 de junho, permanecerá preso na delegacia de São Miguel dos Campos, distante 60 km da capital. Ontem, ele foi apresentado à Justiça para fazer sua defesa, mas não conseguiu convencer o juiz substituto da 3ª Vara Criminal, Antônio Barros da Silva Lino, de que pode aguardar o término do processo em liberdade. Depois de cinco horas de depoimento, Rodolfo, segundo o juiz, fez novos relatos que se contradizem aos que foram apresentados ao presidente do inquérito policial, delegado Antônio Carlos Lessa. “Optamos pela manutensão da prisão em virtude de não existirem fatos novos que justifiquem o contrário. Além disso, seu depoimento apresentou discrepâncias com o fornecido na delegacia”, reforçou Antônio Barros. O advogado de Rodolfo, Raimundo Palmeira, disse que irá apresentar um novo pedido de relaxamento de prisão durante a fase da defesa prévia. “Acredito que obteremos êxito porque já existem provas documentais que confirmam nossa tese de que o disparo foi acidental, ou seja, sem o interesse de matar. Isso ficará mais claro quando discutirmos a trajetória da bala”, disse Palmeira, após conversar com o pai de Rodolfo, o empresário Raimundo Câmara Amaral. Esperança Ele acompanhou toda a movimentação no Fórum ao lado de familiares e amigos de Rodolfo, cerca de 30 jovens. Em vários momentos não conteve as lágrimas ao falar do drama que a família está vivendo desde que o filho se envolveu na morte de Davi Hora Barros. “Sei da dor da família do Davi. Mas do nosso lado também não está fácil. É muito duro vermos um filho nessa situação. Minha esposa está vivendo à base de remédios. Tenho certeza de sua inocência, mas só posso aguardar a Justiça”, declarou Raimundo Amaral. Enquanto circulava pelo local, por várias vezes Raimundo Amaral cruzou com o pai de Davi, o economista Luiz Omena Filho. Eles não se cumprimentaram. Contido, Luiz Omena evitou que os amigos de seu filho fossem até o local do depoimento para evitar confronto com os amigos de Rodolfo. “Nos manifestamos através de faixas. Acredito na dor dos pais de Rodolfo, mas não creio que seja maior que a da nossa família. Sou a favor de que ele se mantenha preso por conta do peso de seu ato e para que o processo ande mais rápido”, disse Luiz. O pai da vítima também está convencido de que se o colega do filho não estivesse armado nada de mais teria ocorrido. “Por isso se já defendia o desarmamento, agora é que sou ainda mais favorável”, destacou o economista. Ameaças Para o advogado Oduvaldo Persiano, que representa a família de Davi, os argumentos para a continuidade da prisão de Rodolfo Amaral estão mantidos. Segundo ele, além de não haver fatos novos que justifiquem a liberdade do jovem, ainda existem informações de ameaças a testemunhas. “Ele [Rodolfo], além de ter tentado confundir a polícia dizendo que o rapaz [Davi] teve um derrame quando se apresentou ao delegado no dia do crime, depois de preso, através de um celular, chegou a ameaçar algumas testemunhas”, revelou Persiano. Durante a sessão com o juiz Antônio Barros, Persiano lembrou esse episódio, classificando-o como uma história inventada pelo acusado. Nesse momento ele chegou a ser rebatido pelo advogado de Rodolfo, Raimundo Palmeira. O clima ficou tenso e as vozes exaltadas puderam ser ouvidas do corredor do prédio. O promotor de Justiça, Nilson Miranda acompanhou o depoimento de Rodolfo e disse que os próximos passos serão decisivos para o processo. “Hoje o espaço é para a defesa, que optou por manter os argumentos de que o disparo foi acidental. Daqui para frente cada lado apresentará suas testemunhas e provas”, explicou Nilson.

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