Polícia
Filho de Gislavo vai trasladar corpo do pai para a It�lia

MARCOS RODRIGUES Repórter Barra de S. Antônio - A morte do italiano Gislavo Zurawski, 59, com um tiro de espingarda 12 nas costas, em sua casa, dia 24, no município de Barra de S. Antônio (47 KM da capital) é considerada esclarecida pela polícia, mas continua sendo investigada. Ontem, o filho da vítima, o músico Andrea Zurawski, falou pela primeira vez sobre o caso à Gazeta. Ainda sob o efeito da notícia impactante da morte do pai, ele disse que as primeiras informações criaram uma imagem distorcida. ?Ele era um homem aposentado e que morava sozinho, é claro que iria fazer festas. Mas isso não denigre sua imagem. Não quero que tratem isso com hipocrisia?, desabafou Andrea. Ele conta que a personalidade do pai sempre foi a de uma pessoa que confiava nos outros. ?Estou certo de que ele morreu porque abria a porta de sua casa para todo mundo. Eu até já tinha alertado ele sobre isso, mas ele tinha um jeito liberal?, relembrou o rapaz, que ainda não foi à casa de veraneio do pai, o local do crime. Seu amigo, Júnior Pinto, a quem trata como irmão brasileiro, disse que Gislavo quando comprava coisas para decorar a casa optava por fazê-lo em vários locais. ?Dizia que era uma maneira de ajudar as pessoas da cidade?. Visita O filho de Gislavo disse, ainda, que essa visita serviria para comemorar o aniversário do pai e para dar-lhe a notícia de que sua noiva está grávida. Quando recebeu a notícia da morte do pai, Andrea, que é líder da banda de pop rock Zurawski, acabara de assinar um importante contrato, em São Paulo. ?Acho que a vida é assim. Deus dá um coisa e tira outra. Por isso não guardo ódio nem mágoa de ninguém aqui?, disse, com a voz embargada. Ele revelou que o crime teve repercussão na Itália, para onde o corpo deverá ser trasladado, na próxima semana. Gislavo queria ser enterrado ao lado da mãe, que está sepultada em Monza. Viagem Enquanto isso não ocorre, o corpo do italiano, que tinha o apelido de ?Preguiça?, por andar devagar e ter fala mansa, continua no IML. Segundo seu filho, os papéis para a liberação devem ficar prontos na próxima semana. ?Um amigo da nossa família está resolvendo tudo. Nem vi o corpo de meu pai. Quero guardar a imagem dele como a pessoa alegre, que abraçava todos?, finalizou Andrea. ### Polícia procura o 2º suspeito do crime O inquérito que apura a morte do italiano Gislavo Zurawski ainda não foi concluído, mas o delegado José Carlos Sales já tem detalhes da noite que antecedeu o crime. Segundo o delegado, a prisão de Edjúnior Lima da Silva, 24, ajudou a apontar direções importantes para a investigação. Em seu depoimento, o jovem - que se apresenta como guia turístico - contou que bebeu com Gislavo e um conhecido identificado apenas como ?Gói?. Convite ?Estive lá porque ele me convidou para uma cerveja. No caminho chamei o Gói. Acho que esse foi o meu erro, porque foi ele que atirou no italiano. Quando ouvi o disparo ainda toquei nele?, disse Edjúnior, confirmando que o italiano o indagou sobre o motivo do disparo, enquanto agonizava. Edjúnior, que admite ser usuário de maconha, diz que na noite do crime não fumou, mas bebeu muito. ?Cheguei a ficar um pouco desnorteado, mas consegui sair do local. A arma foi levada pelo Gói; ele disse que iria fugir?, conta o acusado, que foi levado à delegacia pelo próprio pai A versão contada por Edjúnior não convenceu a polícia, que trabalha para capturar o outro rapaz. Até o momento, o nome completo ainda não foi revelado. ?As investigações continuam. Com as informações que temos chegaremos ao Gói?, acredita o delegado José Carlos. |MR
