Polícia
Parente de prefeito enfrenta seq�estro

REGINA CARVALHO IVAN NUNES Repórteres União dos Palmares - O delegado regional de União dos Palmares, Ailton Soares Prazeres, ouviu ontem, na Secretaria de Defesa Social, José Willames de Andrade Leão, que teria sido vítima de seqüestro. Ele é primo do prefeito da cidade, José Pedrosa, mora no Rio Grande do Norte e estava a passeio no município. Ainda chocado, José Willames não quis falar com a imprensa, nem permitiu ser fotografado. A vítima informou que ainda se recupera do ocorrido e, com medo, disse que voltará logo para seu Estado. De acordo com o delegado, por volta das 17h30 da última quinta-feira, seis homens encapuzados, e fortemente armados, invadiram a casa de João Leão, tio de José Willames, e levaram quase R$ 2 mil. A residência fica em sítio Riacho Seco, zona rural de União dos Palmares. Não satisfeito com o dinheiro recolhido no sítio, o bando resolveu seqüestrar José Willames e pediu, no dia seguinte, R$ 70 mil de resgate. Entretanto, a família negociou e conseguiu baixar o valor para R$ 15 mil. Eles queriam mais dinheiro, por isso levaram a vítima, conta o delegado. Os seqüestradores vedaram os olhos de Willames e o levaram para um matagal, em veículo Corsa, da prima da vítima. Na sexta-feira ligaram pedindo o dinheiro do resgate e o negócio foi fechado. Na madrugada do sábado ele foi solto em Maceió. Prazeres acredita que o bando é da região, mas admite que não tem pistas dos seqüestradores. A vítima teve, a todo momento, uma arma apontada para a sua cabeça e ainda apresentava um machucado no rosto. Ele sequer queria vir para cá para conversar comigo. Ainda está muito assustado com o que aconteceu. Ele teme pelos seus parentes que ficarão em Alagoas, já que os homens ameaçaram que se contasse para a polícia poderiam se vingar, informou o delegado regional. Bandidos em ação Protegidos por uma área de restinga que separa a residência da vítima da rodovia BR-104, os assaltantes evitaram chegar pela frente da casa porque temiam serem filmados por meio de um sistema de câmeras instalado pelo dono das terras, que tinha sido assaltado recentemente. Na oportunidade, João de Barros Leão preferiu não prestar queixa. Uma fonte da polícia disse à Gazeta que a filha de João Leão, conhecida como Marta, foi a primeira a ser atacada pelo bando. Ela estava na cozinha quando foi surpreendida com uma gravata no pescoço, dada por um dos assaltantes, que pedia para ela não gritar. Apavorada, Marta não se conteve e começou a pedir por socorro. O cão de estimação da família, chamado de Golias, avançou contra o assaltante, mas o animal recebeu quatro tiros de pistola e morreu. Segundo depoimento prestado ontem pela manhã ao delegado Ronilson Alves de Medeiros, João Leão disse que foi acordado na mira de uma pistola apontada para seu rosto. Os assaltantes pediam jóias e dólares, aos gritos, após revirarem quartos e salas e terem disparado vários tiros para o alto. Como não encontraram o que queriam, eles pegaram José Willames. Segundo a Gazeta apurou, os seqüestradores tiveram o primeiro contato com familiares da vítima por volta da uma hora de sexta-feira, dia 7. Numa das conversas, José Willames disse ao tio que estava tudo sob controle e que atendesse ao pedido dos seqüestradores. Numa outra conversa pelo celular, os seqüestradores pediram a quantia de R$ 60 mil, mas não houve acordo, pois membros da família queriam ouvir a voz do refém. Na evolução da conversa pelo telefone a proposta caiu para R$ 15 mil. A família entregou a quantia solicitada pelos seqüestradores e momentos depois de os bandidos pegarem o dinheiro, Willames foi deixado dentro do Corsa, o mesmo roubado na fuga do assalto seguido de seqüestro.