loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
quarta-feira, 19/03/2025 | Ano | Nº 5926
Maceió, AL
31° Tempo
Home > Polícia

Polícia

Empres�ria � presa e s�cio desaparece

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp

FÁBIA ASSUMPÇÃO Repórter A empresária Girlane Santos Silva, 30 anos, foi presa ontem de manhã, acusada de tráfico interno de mulheres, formação de quadrilha, rufianismo e manter casas de prostituição. Leninha, como é mais conhecida, é mulher do empresário e radialista Dênis Gonçalves de Mello, proprietário das Boates 209, na Rua Uruguai, e Beco’s, no Centro, que funcionavam como casas de prostituição, interditadas na segunda-feira pela prefeitura. Dênis já pode ser considerado como foragido da Justiça, já que era esperado desde ontem para prestar depoimento na Delegacia de Mulheres, mas não apareceu. Um dos advogados do casal, que se identificou apenas como Darlan, passou quase toda a manhã na delegacia no aguardo da apresentação do empresário, mas afirmou que não sabia do paradeiro dele. “Eu ainda ia ser contratado para atuar na defesa dele”, justificou. O advogado acreditava, no entanto, que depois da prisão de Leninha, Dênis não compareceria para prestar depoimento. “Eles pretendiam se apresentar hoje, às 10 horas, para prestar depoimento. Só que essa prisão pegou todo mundo de surpresa”. O mandado de busca e apreensão na casa do casal, na Ladeira da Moenda, no Farol, e da decretação da prisão preventiva de Leninha, foi expedido pelo juiz plantonista da 14ª Vara Criminal, Roldão Oliveira Neto, no feriado da quarta-feira. Apenas as delegadas Fabiana Leão e Paula Mercês, da Delegacia das Mulheres e as promotoras Karla Padilha e Marluce Falcão e os oficiais de Justiça tomaram conhecimento do mandato. Antes das 6 horas da manhã, as delegadas, os oficiais de Justiça e policiais da Oplit chegaram à casa de Leninha e Dênis para fazer cumprir o mandado. A chegada dos policiais pegou de surpresa a empresária, que ainda estava dormindo. O empresário Dênis Melo não se encontrava no local. Mas as delegadas e oficiais de Justiça encontraram indícios de que ele teria estado em casa naquela noite, pois seus pijamas estavam sobre a cama e havia ainda carteiras com documentos, passaportes e até um cheque assinado com data do dia. Apreensão de cofre Na casa foram apreendidos dois cofres, que só foram abertos na Delegacia da Mulher, onde Leninha se encontra presa. Ainda em casa, a empresária teria alegado que não havia ninguém com a chave para abrir os cofres, por isso eles foram levados para a delegacia. Também foram apreendidos fitas de vídeos. Todo o material apreendido ficará à disposição da Justiça. Segundo a delegada Fabiana Leão, dentro do cofre havia mais fitas de vídeo, uma fita cassete e um chip de celular e alguns documentos velhos. Inquérito na justiça A delegada Fabiana Leão disse que vai encaminhar na segunda-feira o inquérito que apura a existência de uma organização criminosa que explora a prostituição de mulheres em casa noturnas de Maceió. O inquérito foi aberto na semana passada, depois do flagrante na Boate Beco’s, no Centro, onde ficou constatada a presença de pelo menos 20 mulheres, muitas de outros estados, trabalhando como prostitutas em Maceió. Na boate foram encontradas câmeras de vídeo, camufladas dentro de caixa de som. A polícia investiga se as filmagens eram usadas para extorquir dinheiro dos clientes da casa. ### MP pede investigação na Cocktail Club Segundo a delegada, pelo menos cinco pessoas já foram indiciadas, o que configura o crime de formação de quadrilha. Apesar de a prostituição não ser considerada crime, ela explicou que, pelo artigo 231-a, do Código Penal, mesmo que não haja lucro, fazer o transporte, agenciar ou abrigar mulheres para prostituição configuram crime. A delegada acrescentou que a prisão de Girlane foi um desdobramento da Operação Cinderela, desencadeada pelo Ministério Público Estadual, com o apoio da Polícia Militar e da Prefeitura, na semana passada, em casas noturnas suspeitas de explorar a prostituição de mulheres. A pena, só para o crime de tráfico de mulheres, é de oito anos de reclusão. As mulheres que trabalhavam nas boates foram ouvidas, mas não formularam denúncias de maus-tratos. Cocktail na mira O MP também pediu investigação em relação ao agenciamento de mulheres para prostituição no Cocktail Club, em Cruz das Almas, onde shows de striptease são realizados. A delegada Fabiana Falcão disse que, em alguns casos, fica difícil configurar o crime de agenciamento de mulheres para prostituição. No caso das casas mantidas pelo empresário Dênis Melo, ficou mais fácil confirmar isso, porque existiam locais onde as mulheres recebiam os “clientes”. O empresário Dênis Melo e a mulher Girlane Santos eram donos de, pelos menos, duas casas noturnas, onde exploraravam a prostituição de mulheres (a Beco´s e a 209 Uruguay). Possuiam, também, mais quatro empresas, entre elas a Comunik e a G.S. Silva. Por meio da empresa Comunik, o empresário mantinha sites das casas noturnas - www.becoshowbar.com.br e boate209uruguai.com.br - onde havia “um cardápio” com fotos das mulheres que atuavam no local. Os sites foram elaborados pelo designer gráfico Celso Rodrigues do Nascimento, também indiciado no inquérito que apura a existência da organização criminosa, que explora o tráfico interno de mulheres. Celso Rodrigues prestou depoimento ontem de manhã. Bastante nervoso, ao sair da delegacia, ele quebrou a câmera do repórter fotográfico da Gazeta, Marcelo Albuquerque, ao perceber que estava sendo fotografado. Mais calmo, depois de ser levado de volta à delegacia, Celso afirmou ser inocente no caso. |FAS

Relacionadas