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Pol�cia faz cerco a seq�estradores e prende 1� suspeito

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GILVAN FERREIRA Repórter Rio Largo - A equipe do delegado Marcílio Barenco prendeu ontem Manoel Messias da Conceição, o “Sérgio”, 29, acusado de integrar a quadrilha envolvida em uma série de seqüestros em Alagoas. Conceição foi preso durante uma operação no município de Rio Largo, que foi deflagrada depois do assassinato de dois funcionários da fazenda Santa Maria, do dono da construtora Ancil, Remi Ferreira, que seria mais uma vítima da quadrilha. Estoque de celular O assaltante foi preso, em sua residência no bairro do Tabuleiro do Martins, com quatro revólveres 38, fardas da Polícia Militar, 22 cápsulas de revólver 38 e mais de 40 telefones celulares, que, segundo os policiais, seriam usados para fazer os contatos com as famílias dos seqüestrados. Os policiais também apreenderam um veículo Gol, placa 2790, e uma motocicleta, placa, MUB, 5295. Os veículos podem ter sido utilizados durante os seqüestros. Segundo o delegado Barenco, Conceição - que já tinha sido preso por assaltos, porte ilegal de armas e tentativa de homicídio - teria confessado sua participação em vários seqüestros, entre eles o da estudante Marcela Ricciardi, libertada na segunda-feira, depois do pagamento de um resgate de R$ 15 mil. “Gente poderosa” O delegado Barenco disse que Manoel da Conceição teria revelado que a sua função no grupo era “apontar” as pessoas que deveriam ser seqüestradas. Ele evitou falar sobre os nomes dos líderes da quadrilha. “Conceição disse que ele era um peixe pequeno da quadrilha, liderada por gente influente e poderosa, inclusive, essas pessoas teriam um grande arsenal de armas e andavam com esse armamento em veículos de alto valor”, revelou o delegado. Barenco disse que Manoel Conceição teria revelado seu medo em ser assassinado pelo grupo, por isso, não mostrava interesse em revelar mais detalhes sobre a quadrilha. Ele também teria dito que tinha R$ 200 mil para garantir a contratação de um “bom advogado”. “Ele me disse que não tinha interesse em falar e poderia assumir tudo sozinho, mas como tinha muito dinheiro para gastar com advogados, ia apostar que sairia logo da cadeia”, esclareceu Barenco. A polícia também apreendeu com Conceição vários comprovantes de depósitos bancários em conta do Banco do Brasil. Segundo Barenco, o suspeito permanecerá preso em Rio Largo e deverá passar por reconhecimento pelas vítimas de seqüestro. ### Encapuzados atiram nas costas e matam vigia de fazenda EDNELSON FEITOSA Repórter O ataque de doze homens encapuzados à fazenda do dono da construtora Ancil, Remi Ferreira, foi cinematográfico. Armado “até os dentes” com pistolas 380 e revólveres 38, o grupo invadiu a fazenda Santa Maria, na noite de segunda-feira, nos arredores de Rio Largo, mas não encontrou Ferreira, que poderia ser alvo de um suposto seqüestro. O vigia da fazenda, José Feitosa de Lira, 52, tentou reagir atirando nos invasores com sua espingarda calibre 12. Após os tiros, seu “Zezé”, como era conhecido, acabou executado com mais de uma dezena de tiros. Maria José da Silva, 46, mãe de um funcionário da fazenda, também foi baleada e morta durante a ação da quadrilha. Segundo Marigleide Porfírio dos Santos, esposa do gerente da fazenda, Antônio da Silva, o grupo chegou à propriedade, por volta das 20 horas. Eles invadiram várias casas, gritando que eram policiais civis e que queriam prender o vigia. “Meu marido é o gerente e estava tomando banho no momento da chegada dos desconhecidos”, declarou ela. Eles cercaram tudo, sempre falando que eram policiais. “Minha patroa estava deitada. Mas o ‘seu’ Remi não se encontrava na propriedade”, afirmou Marigleide. Antônio foi espancado e arrancado de dentro de casa pelos integrantes da quadrilha e forçado a se dirigir para o imóvel principal, onde se encontrava o vigia José Feitosa. Eles disseram aos funcionários da casa que pretendiam prender o vigia, porque ele tinha cometido crime de homicídio. No entanto, Zezé percebeu que não se tratava de uma ação da polícia e reagiu. Os marginais revidaram e atiraram contra o vigia. Ferido nas costas, ele saiu correndo para a ribanceira que dá acesso ao riacho que corta a fazenda. “Eles me agarraram para usar como escudo e eu pedi, dizendo que estava doente, com cólicas”, explicou Marigleide. Foi então que eles agarraram Maria José da Silva. ### Barenco relaciona ataque a seqüestro Segundo o subtenente Magno, os funcionários acreditavam se tratar de assalto, pois os encapuzados começaram a revirar tudo, inclusive o quarto do proprietário da fazenda, de onde levaram um computador. Só que algumas atitudes dos líderes do bando levantaram suspeitas de seqüestro, pois eles começaram a perguntar pelo empresário Remi Ferreira e chegaram a aguardar por mais de 20 minutos sua chegada. “Ele não foi seqüestrado porque se atrasou”, presume o militar. Na manhã de ontem, o diretor-geral da Polícia Civil, delegado Robervaldo Davino, que esteve no local do duplo homicídio, por volta das 23h30, declarou à imprensa que já existem pistas de suspeitos do crime. “Conversei com o empresário e ele me relatou o que achava do ocorrido”, destacou. Ele concorda que a reação do vigia evitou que o empresário fosse também vítima dos bandidos. “Ele teve sorte”, admitiu o delegado, acrescentando que o delegado Marcílio Barenco terá todas as condições necessárias para investigar o crime. Ligação com seqüestros Ontem, com a prisão do seqüestrador Manoel Messias da Conceição, o “Sérgio”, a polícia começou a investigar a provável ligação do grupo que invadiu a fazenda Santa Maria e seqüestrou a estudante Marcela Riccardi. “Nós vamos realizar o exame residográfico em Conceição, pois ele passou a ser suspeito no assassinato do casal que trabalhava na fazenda do empresário. Hoje posso afirmar que não descartamos a possibilidade de esse bandido fazer parte da mesma quadrilha que invadiu a fazenda e seqüestrou Marcela, como também outros seqüestros aqui no Estado”, afirmou Barenco. O delegado disse que a ação do bando que invadiu a fazenda pode ter utilizado a residência do assaltante como base para as duas ações. Ele lembra que os policiais encontraram quatro revólveres na residência do bandido, que poderiam ter sido utilizados na invasão à fazenda. A casa de Conceição, segundo Barenco, fica próxima à fazenda e à residência de Marcela, no Tabuleiro do Pinto. “Conceição teria participado da invasão à fazenda e confessado seu envolvimento em seqüestros, mas continuava negando ter participação na morte dos caseiros da fazenda”, adianta o delegado. Barenco disse que tinha uma dúvida com relação ao objetivo do grupo durante a invasão à fazenda. “A ação seria somente mais um assalto ou o objetivo era o seqüestro do empresário, já que a esposa dele estava na sede da fazenda na hora da invasão”, questionou. |EF e GF

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