Polícia
Jaudeni nega den�ncias de seq�estro

| BLEINE OLIVEIRA Repórter O ex-vereador Jaudeni Coutinho foi ouvido ontem na Justiça sobre o processo em que é suspeito dos crimes de roubo e extorsão mediante seqüestro. Ele é acusado de ter mantido em cárcere privado, em agosto de 2004, os pernambucanos Sávio Gomes e Flávio Freire, que lhe venderam um trator roubado. Foi o primeiro depoimento do ex-vereador à Justiça. Acompanhado do advogado Welton Roberto, ele foi ouvido pelo juiz da 6ª Vara Criminal, João Dirceu, e pelo promotor Elício Murta. Jaudeni negou as acusações, alegando que os dois homens foram levados a uma entidade de sua propriedade, no bairro do Vergel, pelo delegado Moisés Marcelo do Nascimento. Em nenhum momento o vereador se envolveu na prisão dessas pessoas, que foram presas e ficaram sob a custódia da polícia, afirma Welton Roberto. Já o ex-vereador Jaudeni Coutinho disse que foi vítima de uma armação política. Ele preferiu não entrar em detalhes ou citar nomes das pessoas que teriam tramado essa armadilha, alegando que não tem condições de provar o que de fato aconteceu. O ex-vereador disse no depoimento que foi lesado em mais de R$ 110 mil ao comprar de Sávio Gomes e Flávio Freire um trator. Trator devolvido Eles me foram apresentados por um corretor como empresários, alega Jaudeni, acrescentando que ficou sabendo pela polícia que o equipamento era roubado. Ele afirma que entregou a máquina e procurou os dois pernambucanos para que lhe devolvessem a quantia paga. Sem sucesso. Até hoje amargo o prejuízo e ainda tenho de responder por um crime que não cometi, acrescenta. O ex-vereador diz que não mantém amizade com o delegado Moisés Marcelo ou com os policiais responsáveis pela prisão de Sávio e Flávio. Os dois também foram indiciados por estelionato. Acusações O delegado e os agentes policiais Nivaldo Acioly e José Cícero da Silva também foram convocados para depor ontem. Moisés Marcelo, que hoje responde pela delegacia de Porto de Pedras, e que tem seu nome envolvido em outras acusações, não quis dar entrevista. Além da acusação de ter prendido os dois pernambucanos sem ordem judicial, o delegado responde a inquérito sobre uso de uma picape roubada. O mais recente episódio envolvendo Moisés Marcelo é uma acusação feita pelo funcionário público Francisco Manoel da Silva, de que o delegado teria lhe ameaçado de morte. O advogado dele, Fernando Maciel, disse que seu cliente apenas exerceu as funções policiais, ou seja, agiu como delegado no exercício do dever legal. Segundo Maciel, os pernambucanos não foram mantidos presos, mas apenas interrogados e ficaram na delegacia o tempo suficiente para dar informações sobre o roubo. Não existe nenhum desses fatos relatados no inquérito, declarou o advogado.