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Ju�za evita interrogar suspeito foragido

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| REGINA CARVALHO Repórter Murici - Com prisão preventiva decretada há quase cinco meses pelo assassinato de Juliana Cassiano da Silva, 16 anos, em abril deste ano, o acusado Fausto Cardoso Batista Neto, o “Faustinho”, tentou ontem se entregar à Justiça, mas a juíza Aída Cristina Antunes, da Comarca de Murici, alegou que como estava realizando audiências não poderia interrogá-lo. “Não estava previsto o interrogatório para hoje (ontem). Não dava para tirar a juíza da audiência e fazer o interrogatório”, informou o promotor Napoleão Franco. O crime chocou a cidade. Juliana Cassiano foi estuprada, espancada, estrangulada e jogada ainda com vida no Rio Mundaú. O advogado Raimundo Palmeira informou que Faustinho estava a aproximadamente três quilômetros de Murici, aguardando ser chamado para se apresentar. “Ele estava em outro Estado e veio exclusivamente a Alagoas para se apresentar. Estava disposto mesmo. Mas a juíza não esperava a apresentação e marcou nova data. Eu até poderia apresentá-lo à polícia, mas quando há o interrogatório na Justiça, o processo começa a fluir mais rapidamente”, disse Palmeira. Intensa movimentação A movimentação no Fórum de Murici foi intensa durante todo o dia de ontem. Parentes do acusado resolveram acompanhar de perto a sua possível apresentação. Segundo funcionários do fórum, no final da manhã o bicheiro Plínio Batista, que é tio de Faustinho, também esteve no local para obter informações. “Eles estavam negociando com a juíza sobre essa apresentação”, informou um funcionário que não quis se identificar. Interrogatório Ao saber que não haveria interrogatório, o advogado Raimundo Palmeira entregou documento à juíza informando que o acusado está disposto a se entregar. Ele pediu, ainda, que Faustinho fique preso na delegacia de Murici e não vá para um presídio de Maceió. “Alego essa falta de segurança nos presídios. Fui à delegacia e constatei que ela está em boas condições”, declarou o advogado, confirmando que a magistrada concordou com o pedido. ### Faustinho é filho de pessoas influentes O assassinato da adolescente Juliana chocou a população de Murici, onde muitos preferiram optar pelo silêncio, já que Faustinho é filho do ex-vereador da cidade Fausto Cardoso e sobrinho de uma pessoa influente, o bicheiro Plínio Batista. Apesar disso, o promotor Napoleão Franco disse que não houve interferência política. “Aqui não houve problema, só se houve durante a investigação feita pela Polícia Civil”, declarou. Entretanto, ele reconhece que a questão política é forte na cidade. “Todo mundo aqui acaba se envolvendo com política”, acrescentou. O exame feito por peritos no corpo da menor revelou a brutalidade do crime. Ela foi vítima de estupro e estrangulamento e pode ter sido morta porque não quis manter relações sexuais com os acusados ou mesmo porque ameaçou contar o abuso às autoridades policiais. Apresentação A juíza da comarca de Murici, Aída Cristina Antunes, marcou para a próxima terça-feira a apresentação de Faustinho ao delegado de Murici, Élvio Brasil, o segundo a investigar o caso. “O advogado se comprometeu a apresentar o acusado. Acredito que isso deve ser cumprido. Após a apresentação temos 81 dias para concluir a instrução processual”, informou o promotor Napoleão Franco. Durante esse período testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas. Além de Faustinho, Jadson Cansanção da Silva e Rita de Cássia dos Santos tiveram a prisão preventiva decretada. Eles foram citados também como autores do delito. Jadson ficou detido por alguns dias no presídio Cyridião Durval, mas foi liberado e responde ao processo em liberdade e Rita, amiga de Juliana, está foragida. Segundo informações da polícia, Juliana estava bebendo com Rita, Fausto e Jadson em um bar da cidade. Depois de embriagada, teria sido empurrada para o veículo de Faustinho, com a ajuda da amiga. A vítima era pobre, morava numa das áreas mais humildes de Murici, e ajudava a sustentar a casa com a fabricação de fogos de artífício. |RC

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