Polícia
PM afasta militares suspeitos de morte

| MAIKEL MARQUES Repórter Arapiraca - O coronel Francisco de Assis Macedo Ferreira, comandante do 3º Batalhão da PM em Arapiraca, afastou do serviço operacional o sargento Arnaldo e os soldados Cordeiro e Soares. Os três respondem a processo como suspeitos de envolvimento na morte, em outubro de 2003, do empresário José Cícero Dedé da Silva, o Cícero do Guincho, que era irmão de José Maria de Dedé da Silva, o Zé Maria da Água, executado com diversos tiros de revólver quinta-feira passada, em um bairro periférico de Arapiraca. Zé Maria foi executado às 8h30 por dois homens que ocupavam um veículo Fiat Uno Preto quando se preparava para abastecer uma cisterna na comunidade de Mangabeiras. Menos de meia hora depois do crime, o irmão de Zé Maria, José da Silva Filho, afirmava que o Zé Maria vinha recebendo ameaças de morte. Ele creditava as ameaças aos policiais militares suspeitos de envolvimento na morte de Cícero Guincho. Acredito que as ameaças tinham ligação com o crime do Cícero, uma vez que Zé Maria sempre falava nisso, afirmava José da Silva. Diante da repercussão da morte de Zé Maria da Água, que foi sepultado ontem pela manhã sob manifestação popular, o comando do 3º Batalhão da PM de Arapiraca decidiu retirar do serviço operacional os três militares apontados como suspeitos pela família da vítima. O coronel Francisco de Assis Macedo informou à Gazeta ter apurado que, no momento do crime, o sargento Arnaldo e o soldado Cordeiro estavam nas dependências do 3º Batalhão. O soldado Soares informou que estava em sua residência, completou Macedo. Sindicância Embora não haja acusação formal da família de Zé Maria contra os três policiais [Arnaldo, Cordeiro e Soares], o coronel Francisco de Assis Macedo solicitou à Corregedoria da Polícia Militar a abertura de sindicância para investigar a suposta participação dos militares. Não há acusação formal da família contra os militares. Mesmo assim, tomei a precaução de retirá-los do serviço de rua para preservá-los e para facilitar a investigação do caso, afirmou o coronel. A reportagem da Gazeta apurou que o serviço de inteligência da PM de Arapiraca teria identificado que as características físicas dos executores de Zé Maria seriam diferentes do tipo físico dos três suspeitos. Os dois matadores são altos, magros e barbudos. Essas características são diferentes das dos três militares, que nem sequer usam barba. Mesmo assim, determinei apuração rigorosa do caso, completou o coronel Francisco Macedo. sem pistas A Delegacia de Homicídios de Arapiraca não tinha qualquer pista dos autores materiais do crime até a tarde de ontem. O corpo de Zé Maria da Água foi sepultado ontem pela manhã no cemitério Pio XII, o mais antigo da cidade.