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Nº 5759
Polícia

Presos v�o, enfim, depor e negam morte

| REGINA CARVALHO Repórter Acusados de envolvimento na morte dos irmãos Cristiano dos Santos e Luciano dos Santos, os detentos Bruno Carneiro de Miranda, Carlos Henrique Costa, mais conhecido como “Boca”, e Claudevan Gomes da Silva, o “Batoré”, foram ou

Por | Edição do dia 14/12/2005 - Matéria atualizada em 14/12/2005 às 00h00

| REGINA CARVALHO Repórter Acusados de envolvimento na morte dos irmãos Cristiano dos Santos e Luciano dos Santos, os detentos Bruno Carneiro de Miranda, Carlos Henrique Costa, mais conhecido como “Boca”, e Claudevan Gomes da Silva, o “Batoré”, foram ouvidos ontem pelo delegado Dênisson Albuquerque, titular do 10º Distrito Policial (DP). Nos depoimentos, que duraram mais de três horas, os acusados negaram participação na morte dos irmãos. “Eles negaram qualquer envolvimento e ainda se recusaram a assinar os depoimentos. Os detentos disseram, ainda, que não sabem quem matou e que se soubessem também não diriam à polícia”, relatou o delegado. Eles foram intimados para depoimento por três vezes, mas somente na manhã de ontem o diretor do Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe), coronel Cícero Tavares, entrou em contato com a delegacia para comunicar a ida dos presos. Albuquerque disponibilizou uma viatura para conduzi-los. Os irmãos Cristiano e Luciano foram mortos a golpes de faca pelos próprios detentos durante rebelião no presídio Rubens Quintella, no dia 16 de novembro. Além de levar mais de 30 facadas, Cristiano teve a cabeça decapitada. Oito presos foram citados como responsáveis pelo crime. Os outros cinco também serão ouvidos. O delegado disse que já esperava que os acusados negassem o duplo homicídio. Os três detentos informaram à polícia que conheciam as vítimas “apenas de vista” e que os irmãos tinham se aliado a um grupo rival dentro do presídio. “Não foi surpresa. Sabia que eles iam negar o crime, não querem se comprometer ou comprometer os outros presos. Eles disseram que os irmãos passaram a ficar do lado de um grupo de detentos de Penedo, contrariando os integrantes do grupo de Maceió”, relatou. Dois dos acusados que prestaram depoimento disseram que no momento do crime estavam servindo o almoço dos demais detentos e que essa informação poderia ser confirmada com os agentes penitenciários. Os detentos pediram ao delegado cópia dos depoimentos para levar ao presídio e mostrar aos outros companheiros de cela. “Claro que neguei. Eles queriam a cópia para mostrar que negaram tudo e que não apontaram ninguém no crime”, acrescenta o delegado. Para o delegado, os assassinatos não foram apenas resultado da rebelião, mas fruto de desentendimentos entre grupos rivais. Um dia após a rebelião, Dênisson Albuquerque esteve no presídio e conversou com presos que denunciaram o envolvimento de oito homens no assassinato dos irmãos. Também acusados de envolvimento no duplo homicídio, Marcelo José da Silva, o “Negão”, Carlos Alberto Silva dos Santos, José Ailton Henrique Filho, o “Gordo”, Franklin Henrique Almeida e Alex Santos Moura podem ser ouvidos hoje. EM BUSCA DE PISTAs Dênisson Albuquerque informou que o próximo passo na investigação será o depoimento de parentes das vítimas, que podem esclarecer se Cristiano e Luciano tinham inimigos no presídio. “Posso encontrar mais pistas sobre os possíveis culpados a partir desses depoimentos”, reforça. O inquérito policial sobre os assassinato será entregue na quinta-feira. Como pede prorrogação do prazo para concluir as investigações, Albuquerque deverá ouvir as outras testemunhas durante esse período.

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