Polícia
Vereador suspeito pode ser solto hoje

EDNELSON FEITOSA GILVAN FERREIRA Repórteres O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Estácio Gama, julga hoje o pedido de habeas-corpus impetrado pelo advogado do vereador de Atalaia Gilvânio Soares de Oliveira, acusado de envolvimento da morte dos irmãos evangélicos Elizafan e Eliane Almeida Lima, assassinados no último mês de agosto. Segundo o advogado Welton Roberto, a prisão do vereador, decretada pelo juiz de Atalaia, Mirandir César, seria ilegal. ?O vereador Gilvânio não tinha nenhuma razão para mandar assassinar os irmãos evangélicos. Ele foi o vereador mais votado de Atalaia e não tinha razão para disputar o comando dos eleitores da igreja evangélica. A polícia não encontrou e nem vai encontrar nenhuma prova contra o vereador?, disse Welton Roberto. Ontem, o vereador e os outros três acusados do duplo homicídio, Cícero dos Santos, o ?Moleza?, José Sotero da Silva Filho, o ?Lelé?, e Marcelo Lima da Silva, foram apresentados à imprensa pela Secretaria de Defesa Social. Durante a apresentação, o delegado Gilson Rêgo revelou detalhes da suposta participação de Gilvânio Soares no duplo homicídio. Segundo o delegado, um telefonema anônimo levou à prisão do primeiro suspeito. Cícero dos Santos, o ?Moleza?, foi preso no município baiano de Juazeiro. Ele confessou o crime e apresentou como cúmplices os irmãos Paulo Alfredo, ainda foragido, e Marcelo Lima da Silva, capturado em Colônia Leopoldina. Foi Marcelo quem revelou o intermediário: José Sotero da Silva Filho, o ?Lelé?, que somente foi preso há quase duas semanas no município de Osasco, na Grande São Paulo. No interrogatório prestado na Delegacia de Atalaia, ?Lelé? confirmou o que a polícia tinha conhecimento por meio dos dois cúmplices. Segundo o que a polícia apurou, Elizafan era o alvo do crime. Ele estaria atrapalhando os planos do vereador, que queria usar os fiéis da igreja como eleitores. A vítima era contra envolver política e religião. Eliane morreu porque estava com o irmão e o mandante não queria testemunhas. ?Minha família sabe que eu não teria coragem de tamanha monstruosidade. Eu fiquei revoltado e participei de manifestações. Agora querem me envolver numa crueldade desta?, destacou o vereador. ?Eu não conheço os acusados. Vou provar minha inocência?, afirmou Gilvânio.