Promotor denuncia inseguran�a e clima de medo em Satuba
GILVAN FERREIRA Repórter O promotor de Satuba, Ciro Blatter, ameaçou entrar com uma Ação Civil Pública contra o governo do Estado para garantir a segurança da população do município de Satuba, que passou a viver novamente sob o domínio do medo, de
Por | Edição do dia 24/12/2005 - Matéria atualizada em 24/12/2005 às 00h00
GILVAN FERREIRA Repórter O promotor de Satuba, Ciro Blatter, ameaçou entrar com uma Ação Civil Pública contra o governo do Estado para garantir a segurança da população do município de Satuba, que passou a viver novamente sob o domínio do medo, depois da descoberta de um suposto plano para assassinar a prefeita Cícera Pereira (PL), a conhecida Cícera do Bar. A trama do possível atentado foi denunciada na edição da quarta-feira, 21, pela Gazeta. Na última terça, os seguranças da prefeita perseguiram três homens em um veículo Gol de cor branca, placa supostamente fria, que foram vistos rodando a residência da prefeita, a sede da prefeitura do município e a casa da ex-primeira-dama Fátima Pedroza. O fato aconteceu seis dias depois da liberdade do ex-prefeito Adalberon de Moraes, que cumpria prisão no presídio Cirydião Durval, sob acusação de envolvimento no assassinato do assessor parlamentar Jeams Alves, crime ocorrido em dezembro de 2002. Moraes também é acusado dos assassinatos da feirante Gizele Suplime dos Santos; do professor Paulo Bandeira, e do amante da sua ex-esposa, Fátima Pedroza, Carlos André Fernandes Santos. Os supostos pistoleiros foram perseguidos em um Fiat Uno, utilizado pelo secretário de Administração de Satuba, Ciro Vera Cruz, mas conseguiram fugir pela BR-316, em direção ao município de Atalaia. Polícia desaparelhada Segundo Ciro Blatter, o Estado tem de oferecer condições de segurança à prefeita Cícera do Bar e à população do município. Ele alertou para a precariadade do sistema de segurança pública do município. Os policiais civis e militares trabalham sem as mínimas condições. São quatro homens, dois PMs e dois policiais civis, que não têm viaturas e equipamentos adequados para o trabalho. A delegacia do município está caindo aos pedaços. Não vou aceitar que Satuba vire uma praça de guerra, disse Blatter. As declarações do promotor foram dadas ontem durante a reunião, no Fórum de Satuba, com o diretor-geral da Polícia Civil, Robervaldo Davino, representantes da Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal (PRF), a prefeita Cícera do Bar, vereadores e secretários municipais. Aqui não é lugar de bandido, mas uma cidade pacata. É necessário oferecer uma resposta às pessoas que tentam desafiar a lei e a ordem. Não se pode admitir que elementos em veículos, com placas frias fiquem rondando a cidade, amendrontando e ameaçando as pessoas, como aconteceu à prefeita, encerrou Blatter. ### Cícera do Bar tenta amenizar situação Aparentando tranqüilidade, segundo seus assessores, a prefeita Cícera do Bar tentou diminuir a gravidade da situação na área de segurança pública no município de Satuba e o risco a sua vida. Apesar da confirmação do promotor Ciro Blatter, do delegado Claudemiltkson Benamarcan e de seus próprios assessores, a prefeita Cícera do Bar tentou negar que seus seguranças tinham inteceptado um plano para assassiná-la e supostas ameaças de morte. Cícera do Bar também negou manter qualquer tipo de inimizade com o ex-prefeito e ex-aliado político Adalberon Moraes, com quem rompeu politicamente depois da sua posse, em janeiro deste ano. Isso aí que estão falando ( intervenção dos seus seguranças e supostas ameaças de morte) não existe. O Adalberon não é muito meu amigo, mas também não me considero ameaçada por ele. O que eu quero é a segurança da população de Satuba, disse Cícera do Bar, antes de ser retirada da entrevista coletiva por seus assessores. O diretor-geral da Polícia Civil, delegado Robervaldo Davino, garantiu que já estava estudando medidas para reforçar a segurança no município de Satuba. Davino prometeu enviar uma viatura nova para a delegacia de Satuba, pois o Santana que servia aos policiais civis tinha sido levado para uma oficina, e remanejar policiais civis para reforçar o efetivo do município. O comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela área de Satuba, capitão PM Moacir, reclamou do pequeno efetivo de policiais militares e das dificuldades estruturais da PM. Ele pediu apoio da população e dos representantes dos outros poderes para uma ação conjunta no combate à violência no município. A PM não tem efetivo suficiente para atender o município; nós temos uma única viatura, que tinha sido recolhida para consertos. Nós reconhecemos as dificuldades, mas esa situação pode ser resolvida com o apoio de todos os setores da sociedade, disse o capitão Moacir. GF