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Nº 5759
Polícia

Ap�s 12 anos, assassinato � julgado

| BLEINE OLIVEIRA Repórter Doze anos e dois meses depois de ter assassinado com seis tiros, cinco deles nas costas, o funcionário público Josival Albuquerque de Oliveira, o empresário Gastão Amaro Leão Rego de Arruda foi julgado ontem pelo Tribunal do J

Por | Edição do dia 21/02/2006 - Matéria atualizada em 21/02/2006 às 00h00

| BLEINE OLIVEIRA Repórter Doze anos e dois meses depois de ter assassinado com seis tiros, cinco deles nas costas, o funcionário público Josival Albuquerque de Oliveira, o empresário Gastão Amaro Leão Rego de Arruda foi julgado ontem pelo Tribunal do Júri de Maceió. O crime aconteceu em 23 de dezembro de 1993, e graças à ação protelatória da defesa, somente agora o empresário enfrentou a Justiça. A vítima era funcionário da Companhia Energética de Alagoas (Ceal), e acompanhava o julgamento do dissídio coletivo da categoria, no Tribunal Regional do Trabalho, quando foi assassinada. Josival Albuquerque teria feito declarações ofensivas contra o então presidente da Ceal, Marcelo Arruda, tio do acusado. Insatisfeito com as agressões, Gastão Arruda teria apontado uma pistola e disparado o primeiro tiro nas pernas da vítima. Ao vê-lo no chão teria continuado a apertar o gatilho até esvaziar completamente o “pente” da arma. Os cinco tiros restantes teriam atingido as costas de Josival. Na época, Gastão Arruda estava casado com Cláudia Rodrigues, filha do ex-prefeito de Batalha, José Miguel Dantas Rodrigues, o Zé Miguel, assassinado em 1998. Fatos esquecidos O deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão, que na época era dirigente do Sindicato dos Urbanitários, entidade à qual os funcionários da Ceal são vinculados, foi uma das testemunhas de acusação. Ele declarou que chegou ao local do crime minutos após os disparos, mas não presenciou o momento em que Gastão Arruda teria atirado em Josival Albuquerque. Paulão disse que o longo tempo entre o crime e o julgamento prejudicou o caso. “Se ocorresse antes, o julgamento provocaria comoção. Infelizmente, parte da memória desse crime foi esquecida” - disse o deputado, que mesmo antes do resultado suspeitava da absolvição do acusado. O julgamento foi conduzido pelo juiz Alberto Jorge Correia, da 8ª Vara Criminal. O promotor público daquela Vara, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, que usou as duas horas do tempo da acusação para demonstrar a futilidade do crime, dizia antes do resultado que recorreria da decisão se Gastão Arruda fosse absolvido ou, em caso de condenação, beneficiado por uma pena leve. O advogado José de Oliveira Costa também usou o tempo de duas horas destinado à defesa e os 30 minutos da réplica para convencer os jurados de que as ofensas dirigidas ao tio do acusado, somadas aos fatos da tensa negociação entre trabalhadores e direção da Ceal, levaram Gastão Arruda ao desespero. O assassinato de seu pai, o advogado Sílvio Arruda, também foi usado como argumento de defesa por Gastão Arruda.

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