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Nº 5759
Polícia

Deputado se complica em inqu�rito

| Regina Carvalho Repórter O deputado estadual Marcos Barbosa (PPS) deve ser indiciado como autor intelectual do assassinato do líder comunitário e cabo eleitoral Edvaldo Guilherme da Silva, o Baré-Cola, em janeiro deste ano. O crime teria custado R$ 5

Por | Edição do dia 09/03/2006 - Matéria atualizada em 09/03/2006 às 00h00

| Regina Carvalho Repórter O deputado estadual Marcos Barbosa (PPS) deve ser indiciado como autor intelectual do assassinato do líder comunitário e cabo eleitoral Edvaldo Guilherme da Silva, o Baré-Cola, em janeiro deste ano. O crime teria custado R$ 5 mil, valor considerado irrisório pela polícia, o que reforça a tese de que a morte pode ter sido articulada por acusados que teriam ligação pessoal. A comprovação do suposto envolvimento do parlamentar no crime veio depois de uma sessão de reconhecimento promovida pela Polícia Civil, na última segunda-feira. Uma testemunha que estava a menos de dois metros do líder comunitário, em um campo de futebol, no Joaquim Leão, no bairro do Vergel do Lago, reconheceu o chefe de expediente da Delegacia de Repressão às Drogas (DRD) o policial civil Everaldo Verçosa, como um dos homens que atiraram em Baré-Cola. “Essa testemunha reconheceu Everaldo e Luiz Henrique Oliveira (já indiciado pelo crime) como responsáveis pelos tiros. O policial civil tem forte ligação com o deputado. Eles são amigos. São muito ligados”, disse o delegado do 3º Distrito Policial (DP) Arnaldo Soares de Carvalho. Deputado depõe Comunicado do reconhecimento do policial, que é seu amigo, como um dos que atiraram em Baré-Cola, o parlamentar entrou em contato com o delegado e marcou seu depoimento para esta sexta-feira, na Assembléia Legislativa. “Depois de ouvi-lo, devo concluir o inquérito. É possível que o deputado seja indiciado”, confirmou Arnaldo Soares. O policial civil foi afastado das funções ontem e ainda hoje deve sair sua exoneração no Diário Oficial. “Já pedi que a testemunha receba proteção. O policial Gilvan também foi submetido a sessão, mas testemunhas não o reconheceram”, relatou Arnaldo Soares. Situação se complicou O diretor do Departamento Metropolitano de Polícia (Demep), delegado Alcides Andrade, disse que a situação do deputado Marcos Barbosa se complicou. “As investigações estão se configurando para o lado dele. O policial que atirou em Baré tem estreitas ligações com o deputado”, disse Andrade. Alcides Andrade acredita que a denúncia feita à cúpula da Secretaria de Defesa Social (SDS) pela advogada do sargento Raimundo Medeiros e do assessor parlamentar Luiz Henrique Oliveira (citado como um dos autores materiais do crime), Mary Any Vieira, de que o parlamentar teria envolvimento no assassinato, realmente é verdadeira. “Acredito que as informações foram passadas pelo próprio Henrique, que não quer ser responsabilizado sozinho pelo crime”, disse o diretor do Demep. Além do assessor parlamentar e do policial civil, dois homens que continuaram dentro do veículo, enquanto Baré-Cola era assassinado com 15 tiros, ainda não foram identificados pela polícia. O delegado Arnaldo Soares mostrou uma foto de Henrique e levou o policial para ser reconhecido pela testemunha. Everaldo foi ouvido ontem no 3º Distrito e negou envolvimento no assassinato, e Henrique, que responde por mais de 20 homicídios, teve a prisão preventiva decretada pelos juízes do Núcleo de Combate ao Crime Organizado (NCCO), mas continua foragido. O diretor-geral da Polícia Civil, Robervaldo Davino, reforçou que o chefe de expediente da DRD será afastado do cargo e o caso encaminhado à Corregedoria de Polícia. Baré-Cola era líder comunitário, cabo eleitoral e segurança da Assembléia Legislativa (ALE). Ele estava trabalhando para o deputado estadual Dudu Albuquerque (PDT) e fecharia acordo para trabalhar este ano como cabo eleitoral do também parlamentar Francisco Tenório. Desde o início as investigações e os parentes de Baré-Cola apontam que o crime teve motivação política. A vítima atuava como cabo eleitoral, tinha forte influência e angariava votos para candidatos no Joaquim Leão, nos bairros do Vergel do Lago, Trapiche e Ponta Grossa. Não foi encontrado A Gazeta tentou ontem entrar em contato com o deputado Marcos Barbosa, no entanto, ele não compareceu à sessão da Assembléia Legislativa e o seu gabinete estava fechado. No celular do deputado, uma mensagem informa que o número não existe mais.

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