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Nº 5901
Polícia

Ju�za reabre caso Paulo Bandeira ap�s tr�s anos

| MARCOS RODRIGUES Repórter A impunidade que ainda cerca o assassinato do professor Paulo da Costa Bandeira, morto carbonizado em seu carro, no dia 2 de junho de 2003, no município de Satuba, pode estar com os dias contados. Ele foi morto depois de ter

Por | Edição do dia 16/04/2006 - Matéria atualizada em 16/04/2006 às 00h00

| MARCOS RODRIGUES Repórter A impunidade que ainda cerca o assassinato do professor Paulo da Costa Bandeira, morto carbonizado em seu carro, no dia 2 de junho de 2003, no município de Satuba, pode estar com os dias contados. Ele foi morto depois de ter denunciado irregularidades na aplicação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef). O caso será reaberto na próxima quarta-feira, por determinação da juíza Ana Raquel Gama. A informação de que o caso será reaberto mexe com familiares e amigos da vítima. A viúva de Paulo Bandeira, a professora Cilene Bandeira, diz que aguarda com ansiedade o desfecho do caso. “É um mistura de angústia e decepção com a Justiça, que, além de não ter conseguido punir os responsáveis ainda os deixa em liberdade. É desesperador porque sempre confiei na Justiça. Isso é o que aumenta a sensação de perda. Sinto um vazio no peito. Ficamos todos chocados quando soubemos que o principal acusado ganhou a liberdade”, desabafou Cilene. Nos últimos três anos, ela tem se dedicado a uma escola erguida com o marido, às aulas de pós-graduação e à educação dos dois filhos do casal. ### Apesar da dor, viúva descarta vingança O trauma da perda do marido de forma trágica provocou uma reviravolta na vida da professora Cilene Bandeira e de seus dois filhos. As constantes lembranças da presença do marido em todos os cantos da casa do casal só aumentam a saudade e dor da perda. Para tentar minimizar o sofrimento, ela se mudou para uma nova casa. Para substituir o que ela classifica como “cheiro de impunidade”, ela passou a se dedicar ao trabalho, que ganhou importância ainda maior. A diferença é que todos os projetos que antes eram discutidos e divididos com Paulo Bandeira, agora são tocados por ela e uma equipe de funcionários. “Tudo isso me deixou marcas profundas que não serão cicatrizadas facilmente. Luto todos os dias para acordar e continuar vivendo com os meu filhos e mostrar para eles que a vida vale a pena, assim como o sentimento de humanidade”, conta Cilene. MR ### Assassinato coloca suspeito na berlinda O assassinato do professor Paulo Bandeira, que poderia silenciar a denúncia de malversação de recursos federais, acabou não surtindo efeito esperado de tapar o sol com a peneira. A repercussão do crime mobilizou o Ministério da Educação (MEC), a Controladoria Geral da União (CGU), a Secretaria Nacional de Direitos Humanos, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e até a Anistia Internacional. Esta última inclui anualmente em sua lista o crime como um dos insolúveis no Brasil. O assassinato colocou o principal acusado em xeque, que passou a responder por várias outras acusações, que resultaram na prisão de Adalberon de Moraes. Entre os casos rumorosos, que estavam abafados até então e que vieram à tona, constam o envolvimento no assassinato do assessor parlamentar Jeams Alves dos Santos e da feirante Gizele Suplime dos Santos, além de uma suposta agressão a duas prostitutas em Brasília, após uma discussão pelo não pagamento de um programa realizado pelas mulheres. Mais recentemente, quando ainda estava preso, Adalberon foi apontado como autor intelectual da morte do amante de sua ex-esposa Fátima Pedroza, Carlos André Fernandes Santos. ///

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