Polícia
Baldomero tem f�brica clandestina de cacha�a

Laranja, arroz, casca de batata inglesa, pão fermentado, água e açúcar. Esta é a fórmula para se fabricar a cachaça conhecida nos presídios brasileiros por ?Maria Louca?. ?O gosto é horrível?- garante Henrique Raniery. Mesmo assim, revela, custa 10 reais o litro e é muito disputada entre os cerca de 350 presos do Baldomero Cavalcanti. A pequena indústria funciona 24 horas naquela prisão e toda a administração sabe onde ela está instalada. ?Agora pode ser que ela seja desativada?, admite Henrique. Segundo ele, enquanto a violência contra o preso é descarada, faltam médicos, dentista, assistência jurídica e a alimentação não vale nada. O fato é que a população carcerária está condenada a morrer por falta de apoio dos poderes públicos. No entanto, alguns administradores fazem vista grossa e não combatem a corrupção institucionalizada no São Leonardo e Baldomero Cavalcanti?, salienta Raniery, que a partir destas denúncias disse que terá mais cuidado com sua vida. Ele também não acredita que a curto tempo a nova direção possa fazer alguma coisa para evitar fugas, motins e assassinatos que são características do sistema prisional. ?O coronel disse em mais de uma entrevista que vai continuar mantendo projeto de cidadania do ex-secretário. Mas isto é muito pouco. Os presos sempre agitados querem mais. Não sou conselheiro. Mas alerto que o coronel deve fazer uma limpeza geral colocando na rua os funcionários corruptos. Se mantiver esta gente vai ter muita dor de cabeça e a mídia muitas notícias?, alerta Henrique Raniery. (Henrique Raniery é nome fictício).