Polícia
Assaltante indica onde se deve prestar queixa

ROBERTO VILANOVA Carié Tonho, caminhoneiro pernambucano que não quis ser fotografado, nem identificado com o nome completo, foi vítima de assalto ocorrido há dois meses em Jeremoabo, na Bahia. Ele trazia uma carga de eletrodomésticos de São Paulo para Garanhuns-PE, quando foi surpreendido por seis homens fortemente armados; rendido, entregou o caminhão e a carga. Um dos assaltantes ficou com a sua habilitação e a identidade, ameaçando matá-lo caso não seguisse a orientação para só prestar queixa à polícia quando estivesse em Alagoas; pediu o telefone para contato. O roteiro de Tonho passava por Paulo Afonso, na Bahia, divisa com Delmiro Gouveia, onde seguiria pela BR-423 até o destino final na cidade pernambucana. Ousados, mas compreensivos, os assaltantes deixaram dinheiro para o motorista pagar o ônibus e prometeram devolver o caminhão se Tonho obedecesse às ordens. Promessa cumprida O Tonho pegou o ônibus até Paulo Afonso e daí para Delmiro Gouveia, onde registrou a queixa, cumprindo a instrução dos assaltantes. Uma semana após a ocorrência, quando não mais esperava contato, recebeu o telefonema surpreendente um dos assaltantes ligou para dizer que o caminhão estava estacionado na pista de acesso ao município pernambucano de Arcoverde; no porta-luvas, os documentos que havia sido apreendidos. Relatos como esses são comuns entre os caminhoneiros que trafegam pela BR-423. Baiano, ex-bombeiro do posto de gasolina no Carié e hoje dono de um bar, no povoado, admite que os assaltantes vêm de outros Estados e agem com ponteiros( informantes).