Polícia
Estado tem 41 assassinatos de mulheres em um ano

RÓDIO NOGUEIRA Estatísticas do Instituto Médico Legal revelam que entre os meses de janeiro a junho de 2001 e em igual período de 2002, 41 mulheres foram assassinadas em Alagoas. Dessas, 23 foram mortas a tiros de revólver e espingarda. As demais morreram em decorrência de ferimentos a facas, cacetes e estrangulamentos. A cidade de Rio Largo liderou em número de assassinatos de mulheres com quatro crimes, seguida por São Miguel dos Campos, com três casos. Em Maceió, o Conjunto Benedito Bentes registrou cinco execuções. Muitas delas ainda não esclarecidas pela Secretaria de Defesa Social, que ainda mantém investigações. Alguns casos estão relacionados com crimes passionais, sobretudo no interior do Estado, onde a honra ainda se lava com sangue. A Polícia Civil registra alguns homicídios praticados por assaltantes que atuam em bandos na periferia de Maceió. Dos 41 assassinatos de mulheres, cerca de 18 foram esclarecidos e os autores localizados e capturados pela polícia, que os mantém nos presídios Baldomero Cavalcanti e São Leonardo, aguardando a data do julgamento. Agressão física Com a experiência de dez anos à frente da Delegacia de Defesa da Mulher, a delegada Maria Aparecida atende em média 40 mulheres, vítimas dos mais diversos tipos de violência. A queixa rotineira é a agressão física. Alguns casos foram resolvidos em seu gabinete ou na Justiça. Alguns acordos não foram respeitados e acabaram em homicídios. Aparecida lembra que a violência contra a mulher é tanta que o agressor usa todos os meios de instrumentos para cometer o assassinato. Houve casos de mulher ser morta com golpes de faca na vagina ou o corpo esquartejado pela fúria do marido ou companheiro. A questão, não tenho dúvidas, está ligada à cultura, ao uso exagerado de bebida alcoólica, ciúme e traição, avalia.