Polícia
Testemunha do assassinato de assentado foge para n�o morrer

Sucursal União dos Palmares O delegado Robson Coutinho continua investigando o assassinato do vice-presidente da Associação do Assentamento Eldorado dos Carajás, Sebastião Agrício, ocorrido no último dia 25, dentro de seu lote de terra, em Branquinha. O delegado ouviu, em termo de declaração, na semana passada, José Bernardino da Silva, o Louro. A testemunha ocular do crime, o agricultor Manoel Expedito, fugiu de Branquinha com medo de também ser assassinado. Ouvimos o Louro apenas em termos de declaração, porque ele participou do encontro, onde foi discutida a renegociação da dívida da associação. Mas até agora ninguém foi indiciado ou preso, disse o delegado. Pelo menos cinco pessoas já foram ouvidas no caso. A principal linha de investigação da polícia recai sobre o fato de Agrício ter se envolvido num bate-boca ao defender, durante a reunião no Centro Comunitário, horas antes de ser assassinado, a não inclusão de cerca de R$ 800 mil na rolagem total da dívida da associação (em empréstimos coletivos e individuais) contraída junto ao Banco do Nordeste. Assim como toda a diretoria, Agrício defendia que a individualização das dívidas só fosse autorizada até o dia 31 de outubro, como estabelece a lei número 10.464, que ainda não foi regulamentada. A estratégia é tentar negociar com BN a retirada dos R$ 800 mil e esperar a decisão da Justiça no processo movido contra a empresa O Irrigante, executora do projeto de irrigação que não funcionou e gerou o prejuízo em questão. Na semana passada, o assentado Manoel Lopes da Silva, 58, revelou a existência de uma lista com os nomes de sete membros da diretoria que estão marcados para morrer, inclusive o irmão dele, o presidente da entidade, Gilberto da Silva. A diretoria denunciou ao Incra o processo irregular de venda de lotes no assentamento, além de mover processo na Justiça contra o ex-presidente Antônio Carlos Lins, acusado de desviar recursos.