Polícia
Mulher feita ref�m diz que era obrigada a usar drogas

A trabalhadora autônoma Maria Cícera de Lima, 25, contou, ontem, com detalhes, como foram as 54 horas em que esteve, junto com a filha Kênia de Lima, de 1 ano e 3 meses, como refém do marido, o desempregado Joselito Azevedo de Lima, 34, conhecido como Chuchu. Ela disse que foi obrigada a usar drogas e bebidas alcoólicas para que ficasse adormecida, enquanto o marido deixava a residência, localizada na Rua José Brandão Bertoldo, na Jatiúca, para comprar alimentação e maconha. Caso não fumasse maconha, o Joselito ameaçava me furar com uma tesoura e o facão. Mas em nenhum momento do seqüestro, eu ou minha filha fomos agredidas, ao contrário, ele queria que nós voltássemos a ser uma família, afirmou Maria Cícera, que está na casa de sua mãe, no Conjunto Virgem dos Pobres, no bairro do Vergel. Mas a autônoma ressaltou que, antes de ser feita refém, já havia sofrido várias ameaças de morte. Ao contrário do imaginado pelos policiais que conduziram as negociações para libertar as reféns, Maria Cícera revelou que, durante todo tempo, Joselito utilizou maconha e bebidas alcoólicas. O Chuchu não estava normal. Tinha horas em que passava o facão nas paredes e se aproximava de mim. Nesses momentos, achava que ele ia me matar. Era horrível!, contou. Maria Cícera explicou que a raiva que Joselito tem de sua mãe, cujo o nome não foi revelado, é porque ela nunca aceitou o casamento da filha, que vinha sofrendo agressões do marido. Minha mãe, inclusive esteve aqui na quarta-feira pela manhã, mas eu pedi para que ela fosse embora para que eu e a Kênia não fôssemos mortas, declarou a autônoma. O drama de Maria Cícera iniciou-se na terça-feira quando o marido a manteve, em cárcere privado, junto com a filha do casal. As reféns somente foram libertadas na quinta-feira, após 14 horas de negociação, devido à ação do tenente Valder, da Comissão de Direitos Humanos da Polícia Militar, que disfarçado de repórter de TV conseguiu render Joselito.