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Nº 5759
Política

Mais de 60% dos atuais deputados devem se reeleger

CAÍQUE MARQUEZ / EDITOR DE POLÍTICA O índice de mudança na composição do quadro da Assembléia Legislativa do Estado (ALE) deverá ser reduzido nas eleições deste ano. A corrida para presidente e governador é uma das causas da desatenção dos brasilei

Por | Edição do dia 01/09/2002 - Matéria atualizada em 01/09/2002 às 00h00

CAÍQUE MARQUEZ / EDITOR DE POLÍTICA O índice de mudança na composição do quadro da Assembléia Legislativa do Estado (ALE) deverá ser reduzido nas eleições deste ano. A corrida para presidente e governador é uma das causas da desatenção dos brasileiros pela eleição proporcional. O Brasil terá um novo presidente a partir de 2003, assim como Alagoas um novo governador, mas a Assembléia Legislativa a ser eleita em outubro próximo não deve ser muito diferente da atual. Segundo estudos de analistas políticos e dos próprios deputados, pelo menos 60% dos atuais parlamentares irão se reeleger. A renovação real (eleição de pessoas sem experiência política anterior) provavelmente não passará de 20%. Os outros 20% ficarão com políticos que já foram deputados, secretários ou prefeitos. Dos atuais 27 deputados estaduais, 25 concorrem à reeleição e todos, em tese, afirmam ter chances de vitória. Uma projeção mais ou menos aceita em todas as coligações considera que a Frente Popular de Oposição, o Frentão, fará pelo menos dez deputados; o PSB, seis; a coligação PL-PT, quatro deputados; o PTdoB, dois deputados; o PSDB, dois; o PMN, um deputado; e o Prona, um deputado. A última vaga deve ficar com o PSB, ou PT-PL e até mesmo com o Frentão. Isso vai depender da sobra de votos de cada coligação. Quem tiver mais, obviamente, fará o 27º deputado estadual alagoano. Congresso A disparada do Frentão prevista para a ALE pelos próprios deputados também está sendo cogitada para a Câmara Federal. Na visão de muitos dos atuais deputados estaduais, o Frentão deve fazer cinco deputados federais. Depois disso, enumeram : “O PSDB e o PMDB devem fazer dois deputados e o PSB faz mais dois”, fechando a bancada. Contudo, os novatos que disputam pela primeira vez o mandato de deputado estadual e federal afirmam que “o financiamento privado das campanhas está produzindo em Alagoas uma política de castas”. Além disso, alguns candidatos entendem que outro motivo que dificulta a renovação parlamentar é o “clientelismo”, pelo qual “muitos renovam seus mandatos e continuam a política de castas”. Alterações Os parlamentares estimam que não haverá alterações radicais em relação ao tamanho dos partidos no Congresso e a renovação não ultrapassará os 30%. Nenhuma bancada será aumentada ou reduzida em mais de 20 deputados. De acordo com a avaliação dos deputados federais de Alagoas, devem crescer o PT, PTB e PL. Já PSDB, PCdoB e PSB tendem a manter o número atual de deputados. Sob o risco de redução estariam PDT, PPS, PPB, PFL e PMDB. Os deputados projetam que os partidos que sairão das urnas com as maiores bancadas são: PFL, PMDB, PSDB e PT. Vantagens De acordo com suas análises, há dois grandes motivos que favorecem a baixa renovação: os custos de campanha, estimados hoje entre R$ 500 mil e R$ 5 milhões, e as vantagens que possuem os detentores de mandatos em relação aos que estão sem mandato (“bases eleitorais definidas, financiadores de campanha, acesso fácil a autoridades e dobradinhas preferenciais com prefeitos, vereadores, deputados estaduais e candidatos majoritários”). Os deputados apontam ainda o fato de a Câmara ter aprovado a restrição da imunidade parlamentar, o que tirou da disputa aqueles que procuravam eleger-se para escapar de problemas na Justiça. Disputa Há um outro fator, não mencionado pelos deputados federais alagoanos, mas verificável em todo o País: as eleições proporcionais são sufocadas pela disputa presidencial e de governo de Estado. Todas as atenções dos partidos e do noticiário voltam-se para a eleição majoritária, relegando a de deputado a um injustificável segundo plano. É por meio de distorções como esta que, involuntariamente, o eleitor elege um presidente progressista e deixa que seja eleito um parlamento conservador, ou vice-versa. Ou então, elege um presidente e não se preocupa em que ele tenha uma base de sustentação sólida para implantar as medidas prometidas.

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