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Nº 5759
Política

Comit�s s�o abarrotados de pedidos de eleitores

MOSAEL HENRIQUE Ajuda em dinheiro, óculos e botijões de gás e até a compra de um burro são alguns dos pedidos que chegam aos comitês eleitorais, que recebem diariamente um grande número de eleitores. Quando não conseguem ser atendidos em seu pleito, o

Por | Edição do dia 08/09/2002 - Matéria atualizada em 08/09/2002 às 00h00

MOSAEL HENRIQUE Ajuda em dinheiro, óculos e botijões de gás e até a compra de um burro são alguns dos pedidos que chegam aos comitês eleitorais, que recebem diariamente um grande número de eleitores. Quando não conseguem ser atendidos em seu pleito, os “pidões” se contentam com o dinheiro da passagem de ônibus e para comprar leite para os filhos. Para esses eleitores, o negócio é sair do comitê com benefício. “Se a gente for atender todo tipo de pedido, teria que ter em mãos uma grande quantia de dinheiro. Mas como é impossível ajudar todo mundo, atendemos apenas alguns que nos procuram”, afirma Antoniel Brandão, coordenador do comitê de uma candidata a deputada estadual que participa pela primeira vez de uma eleição. Instalado no bairro do Farol, o comitê recebe diariamente uma média de 70 pessoas por dia. Comitê No modesto comitê instalado numa casa de poucos cômodos, chegam os mais diversos tipos de pedidos dentre eles, óculos, dentaduras e passagens para o interior do Estado. “Atende todo esse pessoal seria financeiramente impossível”, diz Brandão, que os pedidos mais caros que chegaram ao comitê foi de um grupo de pessoas que pediu um ônibus para uma viagem a Juazeiro. Mas, segundo o coordenador, existem também os “pidões” que exigem qualquer tipo de ajuda, desde dinheiro para voltar pra casa, para o leite dos filhos e para comprar uma quentinha. “Teve um eleitor que chegou aqui chorando atrás de uma ajuda financeira; tive pena e tirei do meu próprio bolso. Mas no mesmo dia vi a pessoa em outro comitê pedindo também dinheiro”, comenta. Para evitar os golpes dos eleitores mais espertos, o comitê adotou uma estratégia: só atende os eleitores que estiverem acompanhados de cabos eleitorais que trabalham para a candidata. “Assim fica mais fácil atender as pessoas que realmente precisam de ajuda, desde que o pedido esteja dentro das nossas condições”, afirma Brandão. No comitê de um candidato a reeleição de deputado estadual, um eleitor chegou a pedir até um burro para colocar na sua carroça. “Esse foi um pedido mais absurdo que recebemos. Como é que a gente iria comprar um burro!”, comenta Lauro Júnior, da equipe do comitê. Segundo ele, os pedidos mais comuns são exames, óculos e botijões de gás. “É grande a procura de eleitores aqui no comitê, mas só prestamos algum tipo de ajuda se estiver dentro do que é permitido pela lei”, argumenta, comentando que em época eleitoral os comitês suprem deficiências deixadas pelo Executivo. Dinheiro “Não podemos deixar de encaminhar uma pessoa para fazer um exame ou fornecer um remédio, desde que a ajuda não implique na doação de dinheiro, que é considerado crime eleitoral”, tratou de avisar Lauro Júnior, acrescentando que o comitê recebe uma média de 100 pessoas por dia, que também recebe um grande número de desempregados. “Nesse caso, pedimos que elas tragam um currículo e encaminhamos a empresas de amigos”. Na última sexta-feira, a reportagem constatou o grande movimento no comitê, localizado no bairro do Farol. Dentre os eleitores que estavam na fila de espera, encontramos a dona de casa Terezinha Maria dos Santos, que foi pedir uma ajuda financeira para custear um tratamento médico. “Estou devendo o dinheiro de uma viagem de táxi até o Recife, onde fui tratar da minha doença”, contou, acrescentando que a viagem é custeada pela Secretaria Estadual de Saúde, mas precisou gastar o dinheiro da passagem.

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