Política
Press�o leva Serra a prometer m�nimo de R$ 300

Brasília O coordenador político da campanha de José Serra (PSDB), Pimenta da Veiga, admitiu que o candidato tucano apresentou as propostas de aumento do salário mínimo em razão da pressão política exercida na campanha de Anthony Garotinho. No programa eleitoral, Serra prometeu aumentar o mínimo logo em janeiro e que o valor subiria para R$ 300 nos próximos quatro anos. Garotinho promete, desde o início de sua campanha, elevar o valor para R$ 280 já em 2003. Mas Serra sempre se negou a estabelecer um valor. Ele afirmava que o salário dependia do crescimento econômico do País, sem se fixar em números. - A campanha mostrou que era importante e necessário mostrar isso, porque houve a tentativa de caracterizar Serra como alguém que não se sensibiliza com o salário mínimo. A proposta de Serra é forte, mas factível disse Pimenta, em entrevista em Brasília. Enquanto isso, em São Paulo, Serra afirmava que tem certeza de sua presença no segundo turno das eleições e que não considera o crescimento de Garotinho nas pesquisas uma ameaça. Questionado por jornalistas se Garotinho representava uma ameaça, ele foi taxativo: Representa sim. Divergência A dez dias do primeiro turno das eleições, o presidente Fernando Henrique Cardoso divergiu publicamente das declarações de Serra sobre a importância e o futuro do Mercosul. Em duas cerimônias oficiais com o presidente argentino, Eduardo Duhalde, FHC defendeu enfaticamente a chama do Mercosul diante do que chamou de céticos e pessimistas e disse ter certeza de que seu sucessor dedicará a mesma atenção à aliança com o vizinho. Anteontem, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Serra afirmou que o Mercosul não deu certo porque o Brasil fez concessões demais aos parceiros. Ele chamou de monstruosidade o Tratado de Ouro Preto, que estabeleceu a união aduaneira do Mercosul. Ainda segundo o candidato tucano, a Argentina sempre pula para trás e a gente aceita, o que inviabiliza ir além da zona de livre comércio.