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Nº 5822
Política

O alagoano quer: sa�de

Outro dos direitos fundamentais do cidadão, a saúde é, sem dúvidas, de importância primordial, tão essencial quanto os direitos à vida e à liberdade. Sendo um dos direitos sociais do indivíduo, o destinatário do dever é o Estado, cujo governo, seja ele fe

Por | Edição do dia 04/10/2002 - Matéria atualizada em 04/10/2002 às 00h00

Outro dos direitos fundamentais do cidadão, a saúde é, sem dúvidas, de importância primordial, tão essencial quanto os direitos à vida e à liberdade. Sendo um dos direitos sociais do indivíduo, o destinatário do dever é o Estado, cujo governo, seja ele federal, estadual ou municipal, tem a obrigação de prover através de ações adequadas. O governo de Alagoas vem apregoando, e o faz com ufanismo, a construção de postos e de hospitais. O ufanismo é incompreensível por dois simples motivos: primeiro, se postos de saúde e hospitais são construídos, o governo nada mais faz do que cumprir o seu dever; segundo, não é verdade o motivo de tanta euforia governista! Quais hospitais construiu? Quais postos de saúde? Mesmo considerando que o tenha feito, basta isto à saúde pública? São reflexões que a sociedade alagoana deve fazer, pesando e sopesando, depurando as verdades dos exageros ufanistas e enganosos. Vejam-se, por exemplo, as longas filas de pacientes que amanhecem nos postos de saúde... Ora, suficientes fossem tais postos, se a criação constante de novos postos acompanhasse o crescimento da população pobre e desassistida, é lógico concluir-se que tais filas não existiriam ou, ao menos, diminuiriam em muito. Ao contrário, tendem a aumentar. A propaganda do governo, no entanto, esconde essa verdade! Mesmo que verdadeiras fossem as peças promocionais governistas, ainda assim há um dado preocupante, porquanto o agente público estadual estaria investindo em elefantes brancos, ou seja, em prédios que não têm a menor condição de funcionar por falta do básico: o elemento humano, imprescindível à saúde pública. É fato inconteste que os profissionais da saúde, médicos, enfermeiras e enfermeiros, concentram-se na Capital Maceió, ficando o interior do Estado abandonado de assistência médica aos carentes e aos idosos. Não se pode, porém, culpar os profissionais da saúde, servidores do Estado, por esse descalabro. Competentes, todos eles, porquanto os cursos de medicina são os que mais exigem dos alunos, são desconsiderados pelo governo que lhes atribui baixos salários, absolutamente em descompasso com a capacidade técnica de tais funcionários. E não é só isso! Mal remunerados, ou melhor, sub-remunerados, os médicos,  enfermeiros e enfermeiras  sacrificam suas vidas, a família e a própria saúde no exercício de exaustivas atividades ou longos e estressantes plantões em hospitais particulares para terem, juntamente com seus familiares,  uma vida condigna. Exigir que tais profissionais afastem-se de seus familiares e passem a residir em locais onde poucas são as oportunidades que se lhes são ofertadas, seja pelo governo ou pela iniciativa privada, é desumano, como desumano, também, é o sacrifício que o governo estadual impõe a esses servidores, colocando em risco a própria saúde pública que, repete-se, é um dever do Estado e um direito dos cidadãos. É preciso e urgente dar  um basta a tudo isso!

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