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Nº 5759
Política

Policiais civis acusam Estado de persegui��o

Os representantes do Sindicato da Polícia Civil de Alagoas reafirmaram que a categoria está sendo perseguida pelo governo Estado e que isto já passou do campo político e atinge questões pessoais, tudo por causa da greve. Segundo o presidente do Sindpol,

Por | Edição do dia 06/10/2002 - Matéria atualizada em 06/10/2002 às 00h00

Os representantes do Sindicato da Polícia Civil de Alagoas reafirmaram que a categoria está sendo perseguida pelo governo Estado e que isto já passou do campo político e atinge questões pessoais, tudo por causa da greve. Segundo o presidente do Sindpol, Carlos Jorge, “o governo tenta desestabilizar a união dos policiais com atitudes mesquinhas que partem de impedir a concessão de direitos adquiridos como os 16 por cento, mandar reabrir inquéritos antigos e até recolher as armas cauteladas pela Secretaria de Defesa Social, além de afastar policiais grevistas; por exemplo, quatro integrantes da Operação Litorânea, considerada a menina dos olhos do governo”. São mais de 600 armas, inclusive revólveres, que os policiais terão que devolver, sob o pretexto de que serão redistribuídos. “É verdade que são armas velhas, ultrapassadas, mas é melhor do que ficar desarmado”, declarou o sindicalista. Para ele, desarmando os policiais, o governo quer desacreditar a categoria junto à sociedade e desmoralizar seus representantes sindicais aos afastar dos cargos os grevistas. “Só que não vem conseguindo”, alertou Carlos Jorge. O sindicalista condenou a idéia do governo de recolher as armas cauteladas dos policiais e até mesmo de delegacias, principalmente quando são alarmantes os índices da criminalidade em Alagoas. “Como se pode combater o crime quando se está desarmado? Isto é revanchismo do governo”, admite o ex-presidente do Sindpol, José Carlos Fernandes. Enquanto estiverem recolhendo revólveres, os dirigentes da Polícia Civil não encontrarão qualquer resistência, o que vai se concretizar se insistirem em solicitar a devolução também das metralhadoras, espingardas 12 e fuzis M-16, que se encontram em poder de delegados e ex-secretários, que garantiram este direito através de Lei. Além das armas cauteladas, mais de cinqüenta policiais terão de entregar suas armas, inclusive próprias, na Secretaria de Defesa Social. São policiais que figuram na condição de possíveis suspeitos no episódio da morte do eletricista José Joaquim Araújo Filho, 47, crime ocorrido no dia 7 de junho de 1999. Passados três anos do crime, o Ministério Público determinou que as armas de policiais, na época apontados como acusados do homicídio, fossem recolhidas mais uma vez. A maioria são pistolas de calibre 380, particulares, e de uso nas atividades dos referidos policiais, que ficaram em Brasília por mais de um ano, quando a cúpula anterior da SDS decidiu que seriam devolvidas aos donos, sensibilizada porque os policiais estavam trabalhando desarmados. Morte de Joaquim O eletricista e artista plástico José Joaquim Araújo Filho estava na companhia de amigos bebendo na Barraca Só Caldinho, na Levada, quando se envolveu numa confusão com o policial civil José Melo, que acabou executado com um tiro na cabeça, por um colega de Joaquim, que chegou a ser preso, espancado e acusado do crime. No decorrer da investigação, a polícia descobriu que o autor do homicídio tinha sido um amigo dele, que também foi preso. Ao deixar a prisão, o eletricista acusou vários policiais de tortura, crime hediondo, e terminou sendo executado a tiros dentro de sua casa, em Ponta Grossa, dias depois. O presidente do Sindicato da Polícia Civil de Alagoas, Carlos Jorge, revelou que um dos policiais que ficou sem sua arma por mais de um ano e esteve relacionado como suspeito ficou tão revoltado que decidiu deixar com um irmão. “Agora vai precisar ir buscar, às pressas”, acrescentou. Segundo ele, outros repassaram tais armas para terceiros, em virtude de estarem passando por problemas financeiros. Carlos Jorge disse que toda a pressão imposta aos policiais começou quando os mesmos decidiram entrar em greve há cerca de 40 dias. Ele declarou que se o movimento não avançou em conquistas, por causa do descaso do governo do Estado, cresceu em adesão, alcançando hoje aproximadamente 80 por cento na capital. Isto é, porque o Sindpol permite o funcionamento dos institutos Médico Legal e de Identificação, além dos plantões nas três Centrais de Atendimento Policial ao Cidadão para autuação de presos em flagrante.

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