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Nº 5824
Política

Renan diz que futuro presidente ter� que negociar mais

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, tem uma responsabilidade pela frente em suas mãos, além do peso de carregar o título de recordista nacional de votos, respeitando o princípio da proporcionalidade, com mais de 50% do eleitorado do Estado. Rena

Por | Edição do dia 13/10/2002 - Matéria atualizada em 13/10/2002 às 00h00

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, tem uma responsabilidade pela frente em suas mãos, além do peso de carregar o título de recordista nacional de votos, respeitando o princípio da proporcionalidade, com mais de 50% do eleitorado do Estado. Renan sabe que seu partido, o PMDB, tem o desafio de colaborar para que o candidato José Serra, da Grande Aliança (PSDB/PMDB), ganhe mais de 20 milhões de votos em menos de 20 dias e vença o favorito até aqui, Luís Inácio Lula da Silva, do PT. Impossível a missão? Pode ser, admite o senador alagoano, “mas a política é a arte do impossível”, afirma. Renan Calheiros foi considerado o senador mais bem votado do País porque chegou muito à frente de outros candidatos ao Senado. Entre os que ficaram para trás deste percentual, estão Roseana Sarney (32%), Tasso Jereissati (31%), Antônio Carlos Magalhães (30%) e Aloísio Mercadante (30%). Dos cerca de 1 milhão e 600 mil eleitores de Alagoas, mais de 815 mil votaram em Renan, o que significa que ele recebeu o reconhecimento de mais da metade de todo o eleitorado do Estado. A votação de Renan superou inclusive a do governador reeleito Ronaldo Lessa, que conseguiu cerca de 550 mil votos. Advogado de 47 anos, ex-Ministro da Justiça, Renan discorda do entendimento de que seu partido, o PMDB, que já foi a maior sigla do País, tenha perdido força neste último pleito. Para ele, o que aconteceu foi um fenômeno de reequilíbrio de forças políticas que, na prática, vai fazer com que o futuro presidente negocie mais com o Congresso, valorizando o processo legislativo e representativo. “Foi quase uma reforma política pelas mãos do povo”, explica. Renan, que defende com convicção mudanças das regras eleitorais, lembra que é de iniciativa de um senador do PMDB, Sérgio Machado, do Ceará, a maioria das propostas que está no Congresso para reformar o quadro político-partidário. Segundo turno Sobre o segundo turno das eleições nacionais, o líder peemedebista se mostra otimista: “É necessário fazer uma reengenharia para que o PMDB esteja pronto para a campanha. Vamos trabalhar para vencer as eleições”, diz ele. O PMDB disputa com reais chances de conquistar os governos em cinco Estados, no 2º turno: Rio Grande do Sul, Paraíba, Santa Catarina, Distrito Federal e Paraná. Renan lembra que o governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), foi reeleito no primeiro turno da eleição com mais de 60% dos votos válidos, conquistando a mais expressiva vitória dos governos estaduais em todo o País. O senador alagoano comentou, também, o fato de Alagoas ter sido o único Estado em que o candidato da Aliança PSDB/PMDB, José Serra, ganhou, no primeiro turno. Ele considera que este é um dos exemplos da capacidade de mobilização da máquina peemedebista. “A parcela de participação do PMDB na campanha do primeiro turno tem de ser reconhecida”, pede Renan. Para ele, o segundo turno é outra eleição. “Vamos manter o debate em torno das idéias e do preparo de cada um, sem deixar, no entanto, de mostrar as contradições”, defende. Sobre as divergências internas de seu partido, Renan Calheiros entende que é hora de compor. “Temos de pensar no País e construir uma base que garanta a governabilidade. E o PMDB tem um papel fundamental nisso”, explica. O líder pede moderação no segundo turno, mas faz um alerta: “A tentação de jogar tudo para vencer é muito grande. Muitas feridas de difícil cicatrização podem se abrir ao longo da campanha. E isso não seria bom para o País, nem para qualquer um deles que acabe eleito”, disse Renan. Ele prevê que, agora no segundo turno, as alianças em torno dos candidatos vão ganhar outra natureza. “Nós poderemos contar com o apoio de nossos companheiros vitoriosos nos Estados na campanha do primeiro turno e conquistar novos apoios”, diz.

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