A bancada de oposição na Assembléia Legislativa tende a crescer nos próximos meses, segundo avaliação dos parlamentares. O principal motivo, além das divergências ocorridas no final de 2001entre Executivo e Legislativo, são as eleições de outubro. Este ano, o primeiro a arrumar as malas e desembarcar entre os oposicionistas foi o deputado Délio Almeida (PTB). “Fui para a oposição porque o governo não cumpriu com os compromissos”, disse Délio. Segundo ele, além de romper o acordo político que tinha com o antigo “Bloco dos 14”, o governo exonerou as pessoas que o grupo indicou para cargos no Executivo. “Acho que a bancada de oposição vai aumentar. É difícil o governo conseguir maioria na Assembléia neste ano eleitoral”, acrescentou. Postura Até o momento, sete deputados figuram oficialmente na bancada de oposição: Délio Almeida (PTB), Rogério Teófilo (PFL), Paulo Fernando (PT), Judá Nicácio (PDT), Lucila Toledo (PTB), Cícero Amélio (PPS) e Paulo Nunes (PT). Outros têm adotado uma postura intermediária, criticando o governo em alguns momentos e apoiando seus projetos em outros. A pasta do Executivo que mais recebe críticas na ALE é a Secretaria de Educação. O clima de eleição já predomina dentro do plenário, com os deputados discutindo na tribuna. A oposição aponta erros cometidos pelo Executivo, enquanto os governistas defendem o Palácio. Discussões A missão de defender o governo vem sendo assumida quase sempre por Demuriez Leão (PSB), líder de Lessa naquela Casa. O deputado, que é suplente e chega a ter discussões até de ordem pessoal com alguns colegas, será substituído, em março ou abril, pelo deputado Petrúcio Bandeira (PSB), que é o titular da vaga e vem comandando a Secretaria de Agricultura. Embora a bancada de oposição ainda seja minoria na Assembléia, o governo já vem sentindo fortes resistências na Casa. Exemplo disso são os vários projetos de lei do Executivo que continuam sem ser votados. Os deputados têm aprovado as matérias urgentes, deixando o restante em compasso de espera.