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Nº 5900
Política

Lula promete priorizar cria��o de empregos e combate � fome

São Paulo – O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou ontem que seu governo, apesar da crise econômica, priorizará a criação de empregos, através da construção civil e de outros setores produtivos, e o combate à fome, sem descuid

Por | Edição do dia 29/10/2002 - Matéria atualizada em 29/10/2002 às 00h00

São Paulo – O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), anunciou ontem que seu governo, apesar da crise econômica, priorizará a criação de empregos, através da construção civil e de outros setores produtivos, e o combate à fome, sem descuidar do controle da inflação e da responsabilidade nos gastos públicos. Em pronunciamento no Hotel Intercontinental, o mesmo onde falou de improviso no domingo após a vitória nas urnas, Lula assumiu tom cauteloso, reconheceu que não vai resolver problemas “da noite para o dia” e disse que é preciso “austeridade”. Ele advertiu também para a gravidade dos problemas, mas deixou claro que pretende investir com força em programas sociais. “Mesmo com as restrições orçamentárias, impostas pela difícil situação financeira que vamos herdar, estamos convencidos que, desde o primeiro dia da nova gestão, é possível agir com criatividade e determinação na área social”, discursou. “Vamos aplacar a fome, gerar empregos, atacar o crime, combater a corrupção e criar melhores condições de estudo para a população de baixa renda.” Secretaria Lula prometeu criar uma Secretaria de Emergência Social para combater a fome e mobilizar recursos públicos e privados para reativar os setores de construção civil e de obras de saneamento e gerar postos de trabalho. Em contrapartida, o presidente eleito assumiu tom cauteloso, aparentemente destinado a amenizar expectativas, para dizer que há “carências históricas da população trabalhadora” que “não podem ser superadas da noite para o dia”. Ele também reafirmou compromissos que assumiu na campanha, destinados a acalmar os mercados, reiterando que seu governo vai honrar contratos do governo. “Essa é a razão para dizer com clareza a todos os brasileiros: a dura travessia que o Brasil estará enfrentando exigirá austeridade no uso do dinheiro público e combate implacável à corrupção.” Exportações Em um recado à comunidade internacional, Lula afirmou que é preciso que os países ricos retirem barreiras protecionistas e subsídios agrícolas que prejudicam exportações brasileiras. “Temos imenso potencial nesse setor para desencadear um amplo programa de combate à fome e exportarmos alimentos, que continuam encontrando no protecionismo injusto das grandes potências econômicas um obstáculo que não pouparemos esforços para remover.” Lula disse que, sob seu governo, o Brasil buscará aprofundar a cooperação econômica com outros países, ampliando o Mercosul, mas estabelecerá uma negociação soberana da àrea de Livre Comércio da Américas (Alca). O presidente eleito prometeu não decepcionar o povo brasileiro e, no que foi interpretado como um recado aos setores da esquerda petista, reiterou que será presidente de todos os brasileiros. “Vivemos um momento decisivo e único para as mudanças que todos desejamos”, disse. “Elas virão sem surpresas e sobressaltos. Meu governo terá a marca do entendimento e da negociação.” Segundo ele, esse foi o motivo de, desde a campanha, ter se esforçado para reunir sindicalistas, organizações não-governamentais e empresários. Em tom emocionado, o presidente eleito recordou os petistas que morreram sem ver concretizado o sonho de chegar à Presidência e disse que, estejam onde estiverem, podem ter certeza que o PT continuou combatendo o bom combate. “O combate em favor dos excluídos e dos discriminados”, afirmou.

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