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Nº 5822
Política

PSDB quer que PT assuma �nus da falta de recursos

Brasília – Os líderes do PSDB começaram uma ofensiva ontem para forçar o PT a entrar com firmeza na negociação do Orçamento de 2003 e assumir o ônus e o desgaste decorrente da escassez de recursos no primeiro ano de governo do presidente eleito, Luiz

Por | Edição do dia 31/10/2002 - Matéria atualizada em 31/10/2002 às 00h00

Brasília – Os líderes do PSDB começaram uma ofensiva ontem para forçar o PT a entrar com firmeza na negociação do Orçamento de 2003 e assumir o ônus e o desgaste decorrente da escassez de recursos no primeiro ano de governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Em reunião com o presidente Fernando Henrique Cardoso ontem, os três líderes governistas na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), e no Senado, Artur da Távola (PSDB-RJ) tomaram uma decisão: não vão permitir que o governo petista desfrute de um ano de lua-de-mel com o povo às custas do PSDB, com o discurso de que não será possível avançar mais porque herdaram um Orçamento do governo Fernando Henrique. “O presidente nos pediu para dizer claramente ao PT que o governo está aberto a incorporar as reivindicações do partido, até porque há promessas de campanha que eles precisam preservar”, resume o senador Artur da Távola. “Eles ganharam a eleição com o discurso de um novo modelo econômico e podem implementá-lo já”, completa o deputado Alberto Goldman (PSDB-SP). “Não vamos permitir que eles passem dois meses escondidos, sem mostrar a que vieram, só para que possam dizer que o Orçamento do ano que vem é nosso, e não deles.” Goldman lembra que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) criou uma reserva de contingência com os recursos necessários para bancar o impacto do aumento do mínimo dos R$ 211 propostos pelo atual governo para R$ 240, reivindicados pela oposição, em que se incluem os petistas. O presidente Fernando Henrique vetou a reserva de contingência, mas seus líderes no Congresso insistem que ele está disposto a negociar com o PT para que seu sucessor assuma o Orçamento e aponte fontes de custeio para as novas despesas. “Este governo ofereceu uma proposta realista, mas a nossa lucidez orçamentária não implica em que novas reivindicações não possam ser incorporadas”, pondera o líder Artur da Távola. “Se eles quiserem, a gente pode até ajudá-los a derrubar o veto”, propõe o líder tucano na Câmara, Jutahy Júnior (BA). Na mesma linha, mas com o toque de ironia que sempre lhe foi peculiar, o senador eleito Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) também salientou ontem que o PT não tem porque não antecipar esta negociação em torno do veto presidencial. “O PT hoje está tão próximo do presidente, nesta transição que o Fernando Henrique resolveu dar destaque para passar à história como vencedor, que nem precisa se articular. Pode conseguir que o presidente subscreva a proposta deles, e não precisarão nem derrubar veto.”

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