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Fome Zero deve beneficiar 1,5 milh�o de alagoanos

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ROBERTO VILANOVA O economista Cícero Péricles acredita que o programa Fome Zero, anunciado pelo novo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, beneficiará a 1,5 milhão de alagoanos. Professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Ph.D. em Economia e autor de vários livros sobre a história e a evolução econômica alagoana, ele acredita na possibilidade de o Estado firmar o pacto social proposto pelo novo governo em nível nacional. Péricles vai além, ao sustentar que ?mais de que pela política macroeconômica, e pelo seu destacado atraso, Alagoas poderá ser beneficiada, principalmente, por políticas sociais, como as das áreas educacional e sanitária. Vários são os canais pelos quais Alagoas poderá receber recursos e desenvolver programas, à medida que será na política de inclusão social que terá, sem dúvida, o melhor instrumento para superar seus históricos indicadores negativos?. Ele lembrou que a maioria dos projetos sociais previstos no plano de Lula foi em grande parte implantada e elaborada, com sucesso, por prefeituras petistas e depois nacionalizada ou copiada por administrações de outros partidos. Ele citou como exemplos os programas de Renda Mínima, Bolsa-Escola e Saúde da Família, implantados pioneiramente nas prefeituras administradas pelo PT e, depois, copiados, em nível federal, pelo governo Fernando Henrique Cardoso. ?Esses programas devem ser ampliados?. O economista acredita também que a proposta de uma agenda nacional para o novo modelo econômico a ser adotado pode ser traduzida em Alagoas de forma direta. ?Os pequenos e médios empresários serão beneficiados pela queda das taxas de juros e a ampliação do mercado interno: os grupos mais fortes, os exportadores, serão beneficiados pela reforma tributária; os agricultores, pela nova política de apoio à agricultura familiar; os pobres, pelas políticas públicas?. 1990: década perdida Para o economista Cícero Péricles, fazer Alagoas se desenvolver significa superar uma crise recente ? aos anos 90, que resultou da combinação da questão social não resolvida, da crise fiscal e do ritmo lento de crescimento econômico. ?O agravamento dos problemas herdados de muitas décadas, tais como desemprego, déficit habitacional, carências nas áreas da saúde e educação, além da insegurança, determinou o aumento das demandas sociais?, completou. ?A modernização de Alagoas?- adiantou o economista ? ?significa superar uma herança que vem da nossa formação colonial: o atraso social decorrente de um modelo fundado na escravidão que nos deixou marcas profundas, como o trabalho servil presente tanto no campo como nas cidades; no latifúndio, que continua imperando nos campos alagoanos: e num modelo agroexportador que sempre estimulou a produção de matéria-prima para o comércio externo e nunca desenvolveu o consumo regional, o mercado interno. Essa é a herança mais antiga e pesada?. Crise fiscal Péricles cita a crise fiscal que imobiliza o único instrumento que o Estado dispõe para, ao mesmo tempo, realizar políticas sociais e fazer investimentos. ?Sem arrecadar o suficiente sequer para pagar a folha de pessoal, não sobra nada para o Estado investir em obras. E por falta de políticas regionais consistentes na área econômica, mas também pela falta de poupança e mercado internos, a economia alagoana cresce a um ritmo muito lento, sem criar emprego, renda e ocupação?, concluiu o economista Cícero Péricles.

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