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Nº 5900
Política

Entidades querem redirecionar recursos do or�amento

A divulgação da proposta de orçamento do Estado com previsão de gastos da ordem de R$ 2 bilhões e 700 milhões em 2003, embora dependa de aprovação da Assembléia Legislativa Estadual (ALE), divide opiniões entre representantes de entidades sindicais aos se

Por | Edição do dia 03/11/2002 - Matéria atualizada em 03/11/2002 às 00h00

A divulgação da proposta de orçamento do Estado com previsão de gastos da ordem de R$ 2 bilhões e 700 milhões em 2003, embora dependa de aprovação da Assembléia Legislativa Estadual (ALE), divide opiniões entre representantes de entidades sindicais aos setores sociais e de geração de emprego e renda, agricultura e segurança pública, contemplada com fatia um pouco superior do que a destinada, por exemplo, ao Tribunal de Justiça. “Acho que o orçamento não contempla de fato a área de segurança”, queixa-se Carlos Jorge, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol). Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), sindicalista Évio Lima, os R$ 7 milhões e 815 mil destinados aos setores social e de geração de emprego e renda não são suficientes para resolver a demanda do alagoano por uma colocação no mercado de trabalho. Ele acredita que o valor previsto para ser utilizado em 2003 “minimiza mas não resolve” a situação do desemprego no Estado. “O investimento local é de fundamental importância e só funciona a partir do momento em que Alagoas esteja voltada ou mesmo inserida numa política nacional de crescimento econômico”, analisa o sindicalista. Embora não considere ideais os valores previstos no orçamento de 2003, Évio Lima reafirma a necessidade de bem utilizar os recursos disponíveis, por exemplo, na qualificação de mão-de-obra como forma de elevar a média escolar do trabalhador alagoano, que freqüentou as cadeiras escolares em média apenas 1,8 ano. Qualificação “A média de escolaridade do Nordeste é de três anos. Nossa média é de apenas 1,8 ano. Tanto a média local quanto a regional estão abaixo da nacional, que é de aproximadamente seis anos. Se o Estado não destinar com seriedade esses poucos recursos à qualificação profissional, Alagoas continuará tendo dificuldades em atrair investimentos pelo fato de os empresários exigirem mão-de-obra cada vez mais qualificada”, analisa. No comando de entidade que congrega 40 entidades e mais de 100 mil filiados, Évio Lima critica ainda as diferenças de valores previstos no orçamento para setores que não contribuem decisivamente, no seu entender, para resolver a questão do desemprego em todo o Estado. Quem comunga da mesma opinião é o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sindpol), Carlos Jorge, segundo o qual o orçamento não prioriza a área de segurança pública. “Insuficientes” “O orçamento de 2003 sequer incluiu em sua previsão o aumento salarial dos policiais civis, cuja data-base de negociação é agosto”, critica Carlos Jorge. No seu entender, os R$ 140 milhões destinados à segurança pública também não são suficientes para “pôr um fim à onda de assaltos que varre todo o Estado”. “A segurança pública recebe praticamente o mesmo valor destinado ao Tribunal de Justiça. No atual contexto, acho que a segurança poderia receber maiores investimentos”, explica Carlos Jorge. O sindicalista Évio Lima aponta ainda como complicador na definição do orçamento a falta de visão justamente de boa parte dos deputados responsáveis pela aprovação do projeto de previsão de gastos. “Acho que um orçamento mais bem organizado começa com a escolha de bons representantes para o poder Legislativo”, opina. Como forma de “diminuir as mazelas sociais no campo”, ele reforça ainda a necessidade de direcionar e investir em agricultura e construção civil. “São setores que não exigem muita qualificação e precisam de sólidos investimentos para geração direta de milhares de empregos”, analisa. “Penúria” O secretário de Política Agrária da Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetag), Antônio Cícero Nascimento diz que os R$ 15 milhões destinados à Agricultura poderiam ser maiores, mas podem ajudar a melhorar a “situação de penúria” do homem no campo, caso sejam bem empregados. “A questão principal é saber se esse dinheiro vai ser de fato aplicado para melhorar o dia-a-dia do agricultor”, diz o sindicalista. Ele levanta ainda a necessidade de direcionar os recursos para a qualificação profissional do homem do campo e que pratica a agricultura familiar. “O correto investimento no campo vai permitir que o homem sobreviva na roça e não tenha que engrossar a fileira da miséria nas favelas da capital”, analisa Antônio Cícero Nascimento.

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