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Nº 5759
Política

CUT e movimentos sociais refor�am expectativas para a classe trabalhadora

Os movimentos sociais em Alagoas reforçam as expectativas de que haja uma outra postura do governo federal em relação às reivindicações dos trabalhadores e dos sem-terra. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/AL), Évio Lima, explicou q

Por | Edição do dia 03/11/2002 - Matéria atualizada em 03/11/2002 às 00h00

Os movimentos sociais em Alagoas reforçam as expectativas de que haja uma outra postura do governo federal em relação às reivindicações dos trabalhadores e dos sem-terra. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/AL), Évio Lima, explicou que a CUT e todos os seus sindicatos filiados deram apoio a Lula desde o primeiro turno das eleições, por entender que era o candidato que tinha o projeto mais próximo dos anseios dos trabalhadores. Ele afirmou, no entanto, que apesar do apoio ao novo presidente, a CUT – até por sua filosofia política – vai manter sua independência, intervindo nas questões de interesse dos trabalhadores sempre que for necessário. “Não vamos deixar de fazer isso, até porque Lula vai gerir um País capitalista e as forças conservadoras, que sempre se aproveitaram do poder, vão continuar fazendo lobby para defender seus interesses”. Évio ressaltou que a CUT vai continuar realizando caravanas até Brasília para reivindicar os direitos dos trabalhadores. “Só que, a partir de agora, o movimento deve ser feito de forma contrária: será para pressionar ao invés do presidente o Congresso a aprovar os projetos de interesse dos trabalhadores e da sociedade em geral”. O presidente da CUT reconhece que Lula deve enfrentar algumas dificuldades, principalmente no primeiro ano de governo, já que o País enfrenta crises social e econômica muito profundas. “Lula vai ter de gerir um orçamento elaborado pelo governo passado e enfrentar algumas dificuldades que poderão ser minimizadas com ações para o retorno do crescimento econômico e também para combater a sonegação fiscal”, ressaltou. Sobre algumas expectativas criadas pela eleição de Lula, como o aumento do salário mínimo e o reajuste dos salários dos servidores federais, Évio garante que a CUT sempre teve a responsabilidade de não criar falsas ilusões. “As coisas não vão mudar da noite para o dia”, sentenciou o presidente da CUT. Expectativas O coordenador da Pastoral da Terra (CPT) em Alagoas, Carlos Lima, destacou que a vitória de Lula abre a expectativa de um melhor canal de negociação entre o governo e os movimentos sociais sem-terra. Uma das principais lutas dos três movimentos sociais sem-terra (MST, MT e CPT) será a revogação da Medida Provisória 2027, que proíbe a vistoria de terras ocupadas. “A eleição de Lula é uma vitória para os trabalhadores, já que ele tem um compromisso histórico com a categoria e não vai suspender o diálogo”. Carlos Lima ressalta que os movimentos sociais acreditam em modificações no comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário e nas superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que devem ser conduzidos por pessoas comprometidas com a questão agrária. Em Alagoas, os três movimentos sociais já se reuniram com professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) para definir o perfil do novo dirigente do Incra no Estado. Um documento, como resultado dessa discussão, será entregue ao deputado Paulo Fernando (PT), coordenador da campanha de Lula em Alagoas, para ser entregue ao novo presidente. Ele avisou, no entanto, que os movimento sociais não vão cruzar os braços, mas continuar lutando pela posse da terra, uma vez que Alagoas é um dos Estados onde há intensos conflitos agrários.

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