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Nº 5812
Política

Resolu��o muda xadrez das elei��es em Alagoas

A decisão do TSE desmonta o xadrez eleitoral que, até ontem, embora só no campo das promessas, tentava equilibrar o tabuleiro na mesa de negociações em Alagoas. E zera as conversas, os conchavos e as composições entre, por exemplo, PSB, PL, PSDB e PMDB.

Por | Edição do dia 27/02/2002 - Matéria atualizada em 27/02/2002 às 00h00

A decisão do TSE desmonta o xadrez eleitoral que, até ontem, embora só no campo das promessas, tentava equilibrar o tabuleiro na mesa de negociações em Alagoas. E zera as conversas, os conchavos e as composições entre, por exemplo, PSB, PL, PSDB e PMDB. O diretor-geral do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas, Edney dos Anjos, entende que, com a padronização, vinculando presidente e governador, os partidos chegarão às ruas de roupagem nova, mais organizados na disputa pelo voto. Amarração A resolução aprovada  ontem amarra as siglas dos Estados com as alianças nacionais, cujos partidos apresentem  candidaturas à presidência da  República. E fatia as chapas  proporcionais, ou seja, permite que as coligações para deputado federal e estadual sejam divididas dentro do mesmo bloco. A novidade força os caciques políticos de Alagoas, que estavam em compasso de espera, a exemplo do senador Renan Calheiros, a refletir sobre as decisões já tomadas e seus planos para as eleições. Ele já avisou que é candidato à reeleição ao Senado, mas há quem acredite que poderá voltar a pensar na candidatura ao governo. Esponja Passou-se uma esponja em tudo que havia sido combinado, apagaram-se as conversas dos gravadores e, nos computadores, foram deletadas todas as letras. Assim, a partir de agora, com a força da nova resolução, partidos e candidatos terão que reiniciar, do zero, as articulações sobre as eleições. O deputado João Caldas que, pela imprensa, ameaçou tirar o PL da coligação do governo se não indicasse o candidato a vice, botou a barba de molho e seu destino, agora, é o palanque do PT, ao lado da senadora Heloísa Helena. Palanque E a reeleição do deputado Regis Cavalcante se consolidaria, se fosse confirmado um  palanque com os partidos de  esquerda, liderados pelo PT.  Como o ex-ministro Ciro Gomes, do PPS, vai enfrentar Lula na corrida pela presidência, as chances de uma aliança estão desaparecendo. No governo, as composições políticas que vinham deixando o Palácio com “sorriso de criança” fecharam repentinamente portas e janelas. Antes da resolução do TSE, Lessa anunciou ter fechado acordo eleitoral com o PSDB. Mas as coisas, agora, se complicaram. Com Garotinho de um lado e, do outro, o ministro José Serra, Lessa e Vilela, impedidos pela legislação eleitoral, terão que seguir estradas diferentes. Os analistas políticos concordam com a aprovação da resolução, com argumentos que consideram irrefutáveis. E exibem três razões fundamentais para vincular, via partidos, os Estados com as candidaturas a presidente: consolida, definitivamente, as siglas, fortalece o instituto da fidelidade e evita, durante o processo, bagunça provocada por oportunistas de plantão. A tese lembrada por alguns setores de que, com o novo modelo, retrocederia às eleições das décadas de 70 e 80, não convence especialistas no assunto. Era a época do famigerado voto vinculado em que, não seguindo os candidatos que o sistema relacionava, o eleitor perdia o voto. Nessa ocasião, o deputado José Costa, pelo MDB, ganhou no Estado, mas, como foi arbitrariamente impedido de ser votado em alguns municípios, Divaldo Suruagy, da Arena, voltou ao governo. Os efeitos da resolução do TSE, agora, asseguram a livre manifestação do voto popular e, ao contrário do passado, garantem à sociedade o direito de escolher, sem pressão, o candidato de sua preferência, independentemente de sigla partidária. Os partidos que não tenham candidatos à presidência da República ficam livres para se coligar com quem quiser.

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