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Nº 5905
Política

Deputada eleita do Prona � acusada de cobrar mandato

São Paulo – A deputada eleita Havanir Nimitz (Prona-SP), a mais votada do país, foi denunciada em uma fita de vídeo exibida ontem pela rede Globo na qual exige R$ 5.000 do microempresário Jorge Roberto Leite, filiado ao partido, para que ele pudesse se to

Por | Edição do dia 13/11/2002 - Matéria atualizada em 13/11/2002 às 00h00

São Paulo – A deputada eleita Havanir Nimitz (Prona-SP), a mais votada do país, foi denunciada em uma fita de vídeo exibida ontem pela rede Globo na qual exige R$ 5.000 do microempresário Jorge Roberto Leite, filiado ao partido, para que ele pudesse se tornar candidato à Assembléia Legislativa de São Paulo nas eleições deste ano. Havanir é a presidente do diretório paulista do Prona, partido que teve votação recorde nesta eleição com Enéas Carneiro – o mais votado do Brasil à Câmara dos Deputados, com quase 1,6 milhão de votos. A conversa gravada, segundo informações da Globo, ocorreu na sede do partido, em São Paulo. O microempresário Jorge Roberto Leite, que é morador de Santos, afirmou que chegou a aceitar as regras impostas pelo Prona de comprar livretos de Enéas por cerca de R$ 700. Havanir foi procurada pela Folha Online, mas ainda não deu declarações sobre as acusações. Leite diz ter feito a gravação com um gravador escondido, numa reunião na sede estadual do Prona, na capital paulista. Na conversa, ele tenta negociar um valor, e Havanir diz: “Se for para parcelar, é 5.000”. Em outro trecho da gravação, a vereadora diz: “Até para concorrer na loteria precisa comprar o bilhete”. Mais adiante, ela narra um acordo que teria fechado por R$ 3.000 em notas de R$ 10 com um vendedor ambulante de salgadinhos que queria sair candidato pelo Prona. Segundo o perito Ricardo Molina, da Unicamp, não há montagem na fita e a voz é de Havanir. Leite disse ao “SPTV” que não aceitou o acordo, mas avisou o Prona que havia feito a gravação. Por isso seu nome teria sido incluído entre os candidatos. Com 391 votos, o microempresário ficou em 55º, entre os 63 candidatos a deputado estadual pelo Prona. Dos 63, os 4 primeiros foram eleitos, beneficiados pelos 682.219 votos obtidos por Havanir. O mestre-de-obras Agenor Pinto Araújo, que ficou em 21º entre os candidatos do Prona com 2.105 votos, disse à Globo que pagou R$ 5.000 por 500 cartilhas escritas por Enéas Carneiro, presidente nacional do Prona e deputado federal eleito por São Paulo. Em 1997, a Folha de S.Paulo revelou que o partido cobrava na época R$ 7.000 por 700 catilhas como condição para aceitar uma candidatura. Enéas negou que o candidato fosse obrigado a pagar, mas defendeu as colaborações para ajudar o partido e negou a existência de qualquer irregularidade. A reportagem tentou falar com Havanir em seu gabinete, na Câmara Municipal. Sua filha, Maísa, que é chefe do gabinete, disse que ela só falaria sobre o caso hoje.

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