Lula volta a avisar que n�o aceita indica��o de nomes para composi��o de minist�rio
São Paulo O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ontem, que ninguém será feito ministro pelos jornais. Lula disse que a indicação dos ministros é de sua responsabilidade e só será feita no momento certo. Se levasse em consideração o que
Por | Edição do dia 14/11/2002 - Matéria atualizada em 14/11/2002 às 00h00
São Paulo O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ontem, que ninguém será feito ministro pelos jornais. Lula disse que a indicação dos ministros é de sua responsabilidade e só será feita no momento certo. Se levasse em consideração o que sai nos jornais, acrescentou, já teria 80 ministros. Ele disse que está mais preocupado em terminar a fase de transição e em receber as demandas de cada estado trazidas pelos governadores. A inflação, segundo ele, é a preocupação maior, pelo menos agora, pelos malefícios que ela representa para 175 milhões de brasileiros. Não queremos que a inflação volte a causar prejuízos à nação. É exatamente por isso que nós estamos, com muita tranqüilidade e muita cautela, tentando dar neste momento de transição a nossa contribuição para não criar nenhum problema que possa impactar a bolsa, o dólar, uma economia fragilizada como a nossa, disse Lula. Lula deu as declarações durante entrevista coletiva, após encontro com o governador reeleito do Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos (Zeca do PT), no antigo comitê de campanha, dando assim continuidade ao ciclo de conversas que pretende manter com os governadores dos Estados para viabilizar as reformas necessárias ao país. Toda e qualquer reforma passa por entendimentos com os governadores dos Estados. Precisamos implantar um modelo de desenvolvimento que leve em conta o desenvolvimento regional, disse Lula. Vamos abolir o burocrata de Brasília que determina o modelo a ser seguido. Com Bush O porta-voz do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, André Singer, confirmou algumas das viagens internacionais que foram definidas para antes da posse. Entre elas, o encontro com George W. Bush, presidente dos EUA, que acontece no dia 10 de dezembro. Lula viajará também a Argentina e o Chile, mas as datas ainda não foram definidas. O mais provável é que essas viagens ocorram entre o dia 25 de novembro e a visita aos Estados Unidos, disse ele, acrescentando que as visitas fazem parte dos esforços de fortalecer os laços entre parceiros do Mercosul. A possibilidade de uma visita à Europa não foi descartada por Singer, mas enfrenta, segundo ele, problemas de agenda. Sobre a divulgação do futuro ministério de Lula, André Singer reiterou que a data de divulgação dos nomes é de responsabilidade de Lula. Repúdio Em Brasília, o presidente nacional do PT, deputado José Dirceu, repudiou as críticas feitas pelo deputado federal Valdemar Costa Neto (PL-SP) na tentativa de afastar a primeira crise na base de apoio do presidente eleito. anteontem, Costa Neto cobrou o oferecimento por parte do PT de um ministério compatível com o PL, disse que uma eventual gestão de Dirceu como presidente da Câmara dos Deputados seria um caos porque o petista tem muito poder no governo Lula e presidiria a Casa a portas fechadas.