Política
Caso Traipu: r�u confesso aponta um novo mandante

Dois tiros, uma morte, um réu confesso e uma rede emaranhada de intrigas, subornos, ameaças depoimentos contraditórios. O assassinato do secretário de Turismo de Traipu, José Valter Palmeira, o Valtão, deixou um rastro de sangue e de histórias mal contadas no ar. Até hoje, a única convicção da Justiça é a autoria material: o servente de pedreiro Erivan Alves dos Santos, 42 anos, assume, sem pestanejar, que apertou o gatilho naquela madrugada de 15 de maio de 2011. Se ele matou, quem mandou matar? Desde quando foi preso, no último dia 19 de julho, Erivan quer responder essa pergunta, mas com uma condição. ?Eu sempre disse que só vou revelar toda a verdade perante o juiz?, fala e repete, insistentemente, o acusado. No primeiro interrogatório, ainda no dia da prisão, no município de Tremembé (SP), o réu confesso não apontou nenhum mandante. Já no segundo interrogatório, na sede da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), no dia 22 de julho, apontou o ex-prefeito de Traipu, Marcos Santos, como autor intelectual. Erivan estava sem advogado e voltou a dizer que só falava toda a verdade para o juiz do caso. Já no dia seguinte, com o apoio do escritório Deliberato & Marques Advogados Associados, o preso começou a desvendar os detalhes do crime. Também denunciou que estava ameaçado, sofrendo forte pressão psicológica e propostas de suborno. Com a vida em risco, foi transferido para uma cela isolada no Presídio de Segurança Máxima. Os advogados Manoel Passos e Délcio Deliberato já apresentaram requerimento para o juiz da comarca de Traipu, Alberto de Almeida, tomar o depoimento de Erivan em caráter de urgência. ?Hoje, a principal preocupação da defesa é a integridade física do nosso cliente?, explica Délcio. Como o juiz Almeida ainda não se manifestou para ouvi-lo, Erivan concordou em antecipar tudo o que sabe, com exclusividade para a Gazeta.