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Nº 5824
Política

PT convence FMI de que o Brasil precisa mudar e investir no social

Brasília – A equipe de transição do PT disse aos representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) que “há uma expectativa muito grande da população por mudanças” e em torno dos projetos sociais do governo eleito, aprovados nas urnas. Com esse rel

Por | Edição do dia 20/11/2002 - Matéria atualizada em 20/11/2002 às 00h00

Brasília – A equipe de transição do PT disse aos representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) que “há uma expectativa muito grande da população por mudanças” e em torno dos projetos sociais do governo eleito, aprovados nas urnas. Com esse relato, Antônio Palocci Filho, representante petista no encontro, procurou se desincumbir da delicada tarefa de descrever um diálogo impensável até pouco tempo atrás, quando o PT ainda tinha “Fora FMI” entre seus slogans. Palocci recebeu a missão do Fundo que reavalia o acordo com o país no Centro de Treinamento do Banco do Brasil, em Brasília, cedido pelo governo para os trabalhos da transição. Pelo lado petista, estavam presentes ainda o coordenador-adjunto da equipe de Palocci, Luiz Gushiken, e o economista Bernard Appy. Na entrevista concedida após a reunião, Palocci teve de equilibrar o discurso de moderação, importante para não despertar os temores do mercado, e o de “autonomia” das políticas econômica e social a despeito dos pesados encargos e limitações impostos pelo acordo com o organismo. Dessa equação, saiu a tese de que o governo Luiz Inácio Lula da Silva respeitará todos os contratos assumidos pelo país, combaterá a inflação e melhorará as contas públicas, mas não abrirá mão de perseguir suas próprias metas, e compromissos sociais. Não foi preciso detalhar como essa conta será fechada, graças à concordância do atual governo, do governo eleito e do Fundo em deixar as decisões concretas para as negociações de fevereiro do ano que vem. Mas Palocci teve de responder a várias perguntas na entrevista à imprensa sobre os históricos ataques do PT ao FMI, as eventuais “afinidades” entre os pensamentos do partido e do organismo e o que seriam as políticas “autônomas” imaginadas pelo futuro governo. Hesitante em uma das respostas, Palocci foi bem-humorado: “Até caiu o gravador”, disse, após derrubar num gesto involuntário um dos aparelhos colocados em sua mesa.

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