Caldas diz que houve fraude no afastamento de prefeito
FERNANDA MEDEIROS O deputado federal João Caldas (PL) voltou a afirmar que o juiz titular da comarca de São José da Laje, José Braga Neto, armou uma conspiração para tirar do cargo o prefeito de União dos Palmares, Afrânio Vergetti, em março deste ano
Por | Edição do dia 21/11/2002 - Matéria atualizada em 21/11/2002 às 00h00
FERNANDA MEDEIROS O deputado federal João Caldas (PL) voltou a afirmar que o juiz titular da comarca de São José da Laje, José Braga Neto, armou uma conspiração para tirar do cargo o prefeito de União dos Palmares, Afrânio Vergetti, em março deste ano, e denunciou que há membros do Judiciário envolvidos no que ele chama de fraude que teria culminado com o afastamento do prefeito. O parlamentar, no entanto, não quis citar nomes e garantiu que a verdade será revelada no momento adequado. Na hora certa, toda a história virá à tona. O que posso dizer, no momento, é que provas existem e alguns membros do Judiciário estão envolvidos. A Justiça precisa saber disso, pois eles têm culpa no cartório. Então, a Corregedoria Eleitoral, o Tribunal de Justiça e a Associação dos Magistrados de Alagoas (Almagis) devem procurar saber o que realmente aconteceu, para não contaminar o Poder Judiciário. A Justiça deve agir com prudência e não pode tomar decisões precipitadas com relação a fatos que não são verdadeiros, declarou o parlamentar. João Caldas acusou o juiz Braga Neto de estar criando um álibi para tirar de foco o alvo da discussão, que é o processo de cassação do mandato do ex-prefeito Vergetti. Ele (Braga Neto) tem de explicar o processo que elaborou para afastar o prefeito do cargo. Foi uma conspiração. Ele utilizou, inclusive, uma prática inaceitável para a democracia brasileira, atropelando os conceitos jurídicos. Essa história é escabrosa e pode até virar um escândalo nacional, disparou. O juiz Braga Neto denunciou, no início desta semana, estar sendo ameaçado de morte, juntamente com o juiz eleitoral da 21a Zona, de União dos Palmares, Maurício César Breda, por parte de membros da família Vergetti, e envolveu o nome do deputado João Caldas, criticando-o por ter utilizado a tribuna da Câmara Federal para denunciar que a cassação do mandato de Vergetti teria sido uma farsa e que o parlamentar estaria querendo sensibilizar os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tentando mostrar-lhes que a cassação do prefeito foi uma decisão errada. Sobre essa questão, Caldas afirmou que são acusações infundadas. Já disse que ele está criando um álibi para fugir do assunto principal: a cassação de Afrânio Vergetti, repetiu. Além disso, interceder na Justiça é uma prática que ele (Braga Neto) está acostumado a adotar. Eu não adoto esse tipo de atitude, reforçou. Sobre o juiz Maurício Breda, o deputado afirmou que não o conhece e prefere não emitir opinião. Não conheço essa pessoa, por isso, só me refiro ao juiz Braga Neto e ao que ele fez, ressaltou.