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Nº 5822
Política

Deputados n�o-eleitos buscam nova atividade

FERNANDA MEDEIROS Componentes de um seleto grupo de alagoanos que recebe salário acima de R$ 35 mil (incluindo a verba de gabinete, cerca de R$ 30 mil, mais salário bruto de R$ 6 mil, mais 14 cargos comissionados com salários que variam entre R$ 600 e R$

Por | Edição do dia 24/11/2002 - Matéria atualizada em 24/11/2002 às 00h00

FERNANDA MEDEIROS Componentes de um seleto grupo de alagoanos que recebe salário acima de R$ 35 mil (incluindo a verba de gabinete, cerca de R$ 30 mil, mais salário bruto de R$ 6 mil, mais 14 cargos comissionados com salários que variam entre R$ 600 e R$ 2 mil), os deputados estaduais que não foram reeleitos já começam a se mobilizar em busca de uma nova atividade. Da atual bancada da Assembléia Legislativa Estadual (ALE), dez deputados não vão mais ocupar a cadeira no Plenário da Casa. Alguns porque perderam a disputa nas eleições de seis de outubro, outros simplesmente porque resolveram não concorrer à reeleição. Mas a partir de agora, qual será o futuro dos não-eleitos? Ao que tudo indica, eles vão ter de colocar em prática suas atividades profissionais. Fora do campo político, é claro. Aqueles que são ligados ao grupo do governador reeleito Ronaldo Lessa, têm esperança de ser aproveitados em cargos no governo do Estado. É o caso, por exemplo, do deputado Petrúcio Bandeira. Do mesmo partido de Lessa, o PSB, ele é o atual líder do governo na ALE. “Tenho contribuído com o governo e se for convidado a ocupar algum cargo, aceitarei com o maior prazer. Mas essa discussão vai depender do governador, que ainda vai formar sua equipe”, observou. Engenharia Patrúcio Bandeira é engenheiro mecânico há 23 anos e já trabalhou em empresas como a White Martins e Texaco, além de outras multinacionais, no Recife e em Aracaju. “Se não voltar a ocupar algum cargo público, vou tocar minha vida pra frente, como profissional de engenharia mecânica”, afirmou. No poder público, o parlamentar ocupou cargos de diretor da Companhia Beneficiadora do Lixo (antiga Cobel), secretário de Finanças da Prefeitura de Maceió e vice-prefeito da capital no primeiro mandato da atual prefeita Kátia Born (94). Em 1998, foi eleito deputado estadual e está exercendo o primeiro mandato. Já em 2000, assumiu o cargo de secretário da Agricultura, onde permaneceu até abril de 2002. Sobre a possibilidade de voltar a disputar um cargo eletivo, ele disse que não pode prever. “Isso só o tempo dirá”, ponderou. Pressões Já o deputado Marcelino Alexandre, que desistiu de disputar a reeleição no pleito deste ano, declarou que ainda não pode discutir seu futuro político. Alexandre pode compor o novo secretariado do governador Ronaldo Lessa, em janeiro. Vale lembrar que, no governo Lessa, o deputado foi secretário estadual de Recursos Hídricos e Irrigação. Sobre o fato de que pode ser candidato à Prefeitura de Arapiraca, Marcelino afirmou que é um assunto a ser discutido no tempo certo. “Tenho recebido pressões de várias lideranças políticas locais, para aceitar essa proposta, mas minha candidatura vai depender de alguns fatores. Posso amadurecer a idéia, no próximo ano”, analisou. O deputado Paulo Nunes (PT) teve apenas um mandato como deputado estadual. Não foi reeleito este ano, mas tem projeto para disputar as eleições municipais de Maragogi, sua terra natal. Oficial da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL), Nunes está na reserva remunerada proporcional da PM. Segundo ele, seu projeto para voltar à política só será discutido em fevereiro do próximo ano. “Temos várias idéias, entre elas a de ser candidato a prefeito da terra onde nasci”, revelou. Segundo ele, sua pretensão é continuar na carreira política. Antes de entrar para essa área, no entanto, o parlamentar foi presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar do Estado de Alagoas (Assomal), na qual assumiu dois mandatos consecutivos, de 95 a 98. Médico Médico otorrino, o deputado Délio Almeida (PTB) nunca deixou de exercer sua profissão, mesmo ocupando uma vaga na Assembléia Legislativa. “Tenho meu consultório e pretendo continuar exercendo minha profissão que, aliás, não deixei de lado por estar na ALE”, ressaltou. O parlamentar também atende seus pacientes no Hospital-escola Dr. José Carneiro (HJC) e revelou que sua vontade de entrar no campo político surgiu da necessidade de ver o HJC com uma grande estrutura. “Sempre brigamos para que o hospital tivesse melhores condições de atendimento, inclusive com um espaço para a realização de cirurgias de amígdalas e adenóide, minhas especialidades”, lembrou. Cidadão comum Délio Almeida já está no seu segundo mandato na ALE. Além de médico quer ser advogado, pois está concluindo o curso de Direito, no Cesmac, com formatura prevista para o próximo ano. No primeiro mandato, em 1994, foi eleito com cerca de oito mil votos e no segundo consecutivo, com cerca de dez mil. Sobre continuar ou não na vida política, ele afirmou que é um campo do qual a pessoa nunca se afasta. “Mas isso o futuro é quem vai dizer”, completou. Assumindo a suplência do deputado João Beltrão (PSL), o também deputado João Neto (PTB) já assumiu três mandatos no Legislativo, sendo que nos dois primeiros foi eleito pelos alagoanos. É economista e fiscal de rendas concursado da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), órgão do qual se aposentou. Não se candidatou, este ano, a nenhum cargo eletivo e afirmou que pretende cuidar de sua profissão, de agora em diante. “Vou voltar a trabalhar normalmente como cidadão comum, na minha profissão. Porém, não posso dizer que sairei definitivamente da política, apesar de não ter nada projetado, no momento”, concluiu.

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