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Nº 5822
Política

Suposto desvio chega a R$ 10,7 mi na FNS

A Promotoria apurou que só na Fundação Nacional de Saúde o suposto desvio chega a R$ 10,7 milhões. A PF vai investigar agora as liberações para atender as emendas coletivas. Um total de 75 novas buscas feitas no dia 20 de setembro apreenderam documentos e

Por | Edição do dia 26/11/2002 - Matéria atualizada em 26/11/2002 às 00h00

A Promotoria apurou que só na Fundação Nacional de Saúde o suposto desvio chega a R$ 10,7 milhões. A PF vai investigar agora as liberações para atender as emendas coletivas. Um total de 75 novas buscas feitas no dia 20 de setembro apreenderam documentos em Tocantins, Goiás, São Paulo e no Distrito Federal. As cerca de 170 horas de escutas telefônicas, com autorização judicial, trazem relatos sobre o suposto pagamento de propina aos deputados e senadores. Em “grampo” feito em maio deste ano, o empreiteiro Luciano Espíndola afirma que os deputados Osvaldo Reis (PMDB), Igor Avelino (PMDB) e Freire Júnior (PMDB) receberiam propinas por terem apresentado emendas no valor de R$ 1,1 milhão para a construção do cais de Miracema (TO). “A parte do Osvaldo fica em R$ 44,2 mil. A parte do Igor não vai dar pra cobrir nem aqueles R$ 20 mil que foi passado [sic] pra ele, né. Agora tem o dinheiro do Freire. Não sei como é que eu faço pra passar pra ele”, diz o empreiteiro. Os deputados João Ribeiro (PFL) e Pastor Amarildo (PPB) são autores de emendas para a construção de um campo de futebol e uma quadra em Araguatins. Numa conversa gravada, o empreiteiro Jairon Barros Neves fala sobre o pagamento de propinas para deputados que seriam responsáveis por essa obra. O senador Carlos Patrocínio (PFL) também é citado por Jairon. As investigações tiveram início no dia 26 de agosto de 1999, quase por acaso, quando auditores da Receita Federal fizeram uma fiscalização de rotina na sede da construtora Talismã, em Palmas. Lista de pagamentos Num CD-Rom, foi achada uma lista de pagamentos, com nomes de deputados, prefeitos e assessores, o valor de cada obra, o percentual e o valor da propina. Um documento impresso contém controles de cheques e recibos. Um cheque emitido em 22 de janeiro de 1999, no valor de R$ 6.330.08, teria sido pago à ex-deputada Dolores Nunes (PMDB). Seria uma comissão de 5% sobre uma emenda de R$ 126,6 mil. O canhoto do cheque 216456 contém a informação: Comissão Dolores, 5% sobre 126.601,01. Dois cheques, de R$ 4.094,45 e R$ 406,41, teriam sido pagos aos deputados Darci Coelho (PFL) e Udson Bandeira (PMDB). Também foi achada cópia de um canhoto relativo a um DOC ao deputado Antônio Jorge (PTB), por meio de Josias Cândido. Um dos recibos encontrados, no valor de R$ 3.000,00, com data de 29 de junho de 1998, tem expresso: “Proveniente de pagamento de obra de caridade para o deputado Darci Coelho, referente ao Centro de Saúde da Talismã”. Muitos já foram denunciados pela Promotoria, entre eles Cleomar Quintanilha, irmão do senador Leomar Quintanilha (PFL), e José Edmar Brito Miranda, pai do governador eleito do Tocantins, Marcelo Miranda (PFL).

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